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ESTIAGEM
Período sem chuva, que começou quatro meses antes, também afeta MG
Seca já atinge 229 municípios do NE
SÍLVIA FREIRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A antecipação do período de estiagem, que neste ano começou
em março, quando normalmente
se inicia em julho, já levou 229
municípios de quatro Estados da
região Nordeste (Piauí, Paraíba,
Pernambuco e Rio Grande do
Norte) a decretarem situação de
emergência. A tendência é que esse número aumente. Ontem, Minas encaminhou ao Ministério da
Integração Nacional pedido de situação de emergência de 165 municípios localizados entre os vales
do Mucuri e do Jequitinhonha, no
norte do Estado.
A situação levará o ministério a
apresentar ao presidente Fernando Henrique Cardoso um pedido
de liberação de recursos emergenciais para reativar o programa
Bolsa-Renda, criado no ano passado para atender a famílias de
agricultores atingidas pela seca.
Deve ser pedido também recursos para a recuperação de poços
artesianos e distribuição de água
por meio de carros-pipa.
De acordo com o secretário nacional de Defesa Civil, José Wilson Pereira, a partir da sinalização
positiva do presidente é que será
feito um levantamento detalhado
do número de famílias que devem
ser atendidas pelas ações emergenciais e do volume de dinheiro
que será necessário.
Será feito também um levantamento dos municípios que já recebem ajuda dos programas sociais do governo federal, como o
Bolsa-Escola e o Bolsa-Saúde.
Segundo o secretário, que visitou alguns municípios atingidos
pela seca na semana passada, as
famílias conseguiram plantar,
mas perderam a safra por causa
da estiagem. "As famílias não
conseguiram colher a safra e não
tiveram a possibilidade de acumular água para consumo humano e dos animais nos meses de estiagem", disse Pereira.
Segundo informações do Inmet
(Instituto Brasileiro de Meteorologia), apesar de ter chovido muito em janeiro e fevereiro no Nordeste, o índice de chuvas foi menor do que a média entre março e
abril, quando ainda se registram
índices pluviométricos altos. Normalmente, as chuvas começam a
rarear a partir de maio.
O Bolsa-Renda, gerido pelo Ministério da Integração Nacional
com recursos do Tesouro Nacional, prevê a distribuição de R$ 60
mensais às famílias atingidas pela
seca em municípios em estado de
calamidade ou situação de emergência. À medida que as chuvas
voltam ao normal, as famílias deixam de receber o benefício.
O programa Bolsa-Renda foi
criado inicialmente apenas para
atender a famílias de agricultores
atingidos pela estiagem de 2001,
mas se tornou permanente por
uma medida provisória de fevereiro deste ano. A liberação de recurso para o programa, no entanto, depende da disponibilidade
orçamentária do governo federal.
Entre julho de 2001 e fevereiro
de 2002, foram distribuídas
6.681.706 de bolsas, somando R$
411 milhões. No ano passado, por
causa da seca, 1.332 municípios
decretaram situação de emergência e 2.551, estado de calamidade.
Na situação de emergência, o
município fica dispensado de licitação para a compra de artigos
destinados a atender à população
atingida. Em casos de calamidade,
o Estado ou o município pode receber socorro do governo federal.
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