|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRISE CAPIXABA
Deputado, que não comentou, teria divulgado informação falsa
Ministério Público denuncia Gratz
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
O Ministério Público Federal
ofereceu ontem denúncia contra
o presidente da Assembléia Legislativa do Espírito Santo, deputado
José Carlos Gratz (PFL), acusado
de "divulgar informação falsa ou
prejudicialmente incompleta" sobre o Banco do Estado do Espírito
Santo. O crime é previsto no artigo 3º da lei 7.492 (Crimes contra o
Sistema Financeiro Nacional).
A assessoria de Gratz disse que
o deputado estava na posse de um
desembargador do Tribunal de
Justiça e, portanto, não poderia
dar declarações sobre o assunto.
Segundo a denúncia ao TRF
(Tribunal Regional Federal) da 2ª
Região, que compreende os Estados do Rio e do Espírito Santo, as
informações falsas foram dadas
pelo deputado no início dos procedimentos de privatização do
Banestes. Gratz, como presidente
da Assembléia, "é o principal responsável pelo processo de privatização", informa a denúncia.
Conforme o Ministério Público,
Gratz, "voluntária e conscientemente, divulgou informações falsas sobre a situação patrimonial e
contábil" do Banestes, o que resultou "no abalo ao conceito, credibilidade e patrimônio" do banco. Gratz responde a ao menos
outros nove processos no TRF da
2ª Região. Também foi citado no
relatório final da CPI da Câmara
que investigou o narcotráfico, em
2000, e admite ter sido banqueiro
do jogo do bicho.
No inquérito que gerou a denúncia, foram ouvidas quatro testemunhas que afirmaram que o
deputado se beneficiaria caso o
preço de venda do banco caísse.
Por isso, segundo a Procuradoria,
Gratz teria dado entrevistas em
que anunciava a falência do Banestes, pois estaria interessado
em comprá-lo. "O denunciado estaria há algum tempo promovendo, por interpostas pessoas, a
aquisição de precatórios [título
para pagamento de dívida pública] com deságio para serem posteriormente usados na privatização do Banestes", diz a denúncia.
Caso seja julgado culpado, o deputado poderá cumprir pena de
dois a seis anos de prisão.
Colaborou a Agência Folha
Texto Anterior: Outro Lado: Ex-governador nega existência de conta no exterior Próximo Texto: Empresas não são localizadas Índice
|