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OUTRO LADO
Ex-governador nega existência de conta no exterior
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho negou ontem
que possua conta bancária no
exterior e disse que nunca foi
sócio da empresa Atlas.
"Nunca tive conta no exterior, nunca fui sócio da Atlas e,
pelo que sei, não há nenhum
documento que comprove a
remessa de dinheiro ou de ouro
para o exterior."
Fleury se disse surpreso pelo
fato de o Ministério Público
paulista ter investigado o caso
durante um ano e ter proposto
a ação cautelar sem ouvi-lo.
"Estou com os sigilos fiscal e
bancário quebrados desde
1995. Se estivesse praticando alguma irregularidade, isso já teria aparecido", disse o ex-governador, que também tem os
bens bloqueados desde 1995.
Fleury confirma ter estado
"duas ou três vezes" na sede da
Atlas. Segundo ele, os donos da
empresa são amigos de sua família, que, como eles, é de São
José do Rio Preto. "Um primo
meu tinha escritório vizinho à
Atlas. Entrei na sala [da empresa] algumas vezes para falar
com o pessoal."
O ex-governador disse ter sabido pela Folha que seu primo
em segundo grau Marcelo
Marmo Fleury foi um dos sócios da empresa, de janeiro de
1991 a março de 1992. "Eu nunca soube que ele era sócio da
Atlas e nunca fiz negócios com
a empresa."
Fleury disse que José Pascoal
Constantini não o apoiou para
deputado federal em 1998. "Se
eu fosse sócio dele, ele teria me
apoiado", afirma.
Secretário-geral do PTB nacional e candidato a deputado
federal, ele atribuiu a propositura da ação cautelar à proximidade das eleições, que acontecem em 6 de outubro. "Lamento que o Ministério Público seja utilizado para fins eleitorais", disse Fleury.
O ex-governador disse que
irá processar a testemunha Hilário Sestini Júnior e que, depois, irá processar o Estado de
São Paulo pelos danos morais,
materiais e eleitorais que sofre
com a acusação.
Ele desafiou o promotor Silvio Marques a provar as afirmações feitas na ação cautelar.
"Ele não teve a dignidade de
me convidar para ser ouvido;
ele está a serviço de alguém."
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