São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 2002

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CIRO SOBRE SERRA

Para candidato, tucano o ataca porque "está desesperado"

"Se é para rasgar roupa, vamos rasgar"

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Ciro Gomes mede a pressão, que estava em 12 por 8, durante campanha eleitoral em Fortaleza


KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O presidenciável do PPS, Ciro Gomes, mandou um recado em tom de ameaça ao seu adversário tucano, José Serra, em resposta aos ataques que está sofrendo no horário eleitoral gratuito.
"Eu vou dizer claramente, com todos os "esses" e "erres", quem é que é ladrão, quem roubou, quem vai pagar cada um dos escândalos. Cada escândalo vai ser apurado, e os responsáveis serão indicados à Justiça, seja quem for, ministro, seja quem for", disse Ciro durante caminhada em Fortaleza.
Ele deixou claro que o "recado" era para o ex-ministro da Saúde: "Se é para rasgar roupa, vamos rasgar, se é para lavar roupa suja, vamos lavar, e quem for podre que arrebente, que eu não sou. Isso é um aviso para o ministro da dengue, isso é um aviso para aquele que está mandando grampear telefone, para aquele que está mandando espionar a vida alheia, para aquele que não tem proposta e que está desesperado."
O candidato não esclareceu quais escândalos mandaria apurar nem quando. Participaram do evento de ontem cerca de 3.000 pessoas, segundo a Polícia Militar.
Em entrevista, Ciro estendeu as críticas a outros tucanos, em resposta às críticas a seu aliado Tasso Jereissati (PSDB-CE), após o ex-governador ter deixado oficialmente a campanha de Serra. "Algumas dessas pessoas apodreceram moralmente", disse o candidato, sem citar nomes.

"Irmãos"
Com discurso afinado ao de Tasso, Ciro negou que a atitude do ex-governador seja demonstração de apoio à sua candidatura. "O que o Tasso fez foi um ato de nobreza e de ética, de que esses poderosos brasileiros perderam há muito tempo a noção. Sabe quando existem duas pessoas muito amigas, que não são irmãos porque não nasceram da mesma mãe, mas que se fizeram irmãos pelo mesmo ideal? É mais ou menos isso entre mim e o Tasso."
Durante a caminhada, Ciro beijou lojistas, tomou cafezinho em um bar e mediu a pressão arterial -12 por 8- em uma barraquinha por R$ 1, no centro da cidade. A namorada Patrícia Pillar não participou do evento.
O presidenciável disse que, se eleito, fará a transposição dos rios São Francisco e Tocantins.
Sobre os ataques de Serra a ele, Ciro disse à noite, em Juazeiro (CE): "Não vou responder a esse senhor. Como disse Jorge Bornhausen [presidente do PFL], depois de [Serra] virar nanico eleitoral, virou laranja do Lula. Ele não é problema meu. É problema do Garotinho". Ciro fez comício em Crato.



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