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São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2003

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PAINEL

Custo Congresso
O governo calcula que deixará de arrecadar ao menos R$ 890 milhões com o atraso da reforma tributária, que deve impedir que a prorrogação da CPMF seja aprovada até 30 de setembro. Impostos e contribuições só podem ser cobrados 90 dias após a promulgação da lei que os criou.

Ano mais curto
A CPMF arrecada R$ 89 milhões por dia, segundo o Planalto. A expectativa é que a prorrogação da contribuição seja aprovada apenas na segunda ou na terceira semanas de outubro no Senado. Na melhor das hipóteses, o governo perderá dez dias de arrecadação em 2004.

007 governista
Um assessor de José Dirceu (Casa Civil) acompanhou toda a sessão de ontem que aprovou a reforma tributária na comissão especial da Câmara. Pelo celular, informava ao chefe sobre a atuação dos deputados aliados.


Bancada da atadura
João Paulo Cunha (Câmara), que já engessou o braço neste governo, agora machucou o joelho. Foi ao hospital e encontrou José Carlos Aleluia (PFL-BA), que engessava a mão: "Entrei na base do governo pela enfermaria", provocou o pefelista.

Xarope eficaz
O governo considera que a demissão do marido da deputada Maninha (PT-DF), Antonio Carlos de Andrade, da direção da Funasa teve o efeito esperado. Ontem, outros dissidentes petistas, como Walter Pinheiro, defendiam o governo na discussão da reforma tributária.

Caça às bruxas
Depois de Maninha, a cúpula do PT começa a mapear as indicações em cargos no governo de Ivan Valente (SP), Walter Pinheiro (BA), Mauro Passos (SC) e João Alfredo (CE). Devem ter seus apadrinhados defenestrados por se haverem abstido na votação da Previdência, mesmo que agora defendam o governo.

Derrapada na infovia
O Ministério da Educação abrirá licitação em setembro que beneficia a Microsoft, multinacional ligada a uma das maiores financiadoras da campanha do ministro Cristovam Buarque ao Senado, em 2002 -a brasileira TBA, que doou R$ 150 mil.

Duelo de sistemas
Na contramão de outros ministérios, os 10 mil computadores que Cristovam Buarque distribuirá aos Estados terão obrigatoriamente o sistema operacional Windows (da Microsoft). O uso do Linux, programa gratuito cuja utilização está sendo defendida e ampliada pelo governo federal, será opcional.

Razões da opção
O Ministério da Educação diz que não vai orientar os usuários a adotar nem o Windows nem o Linux. Mas vai pagar pelo uso do produto da Microsoft. Argumenta que os alunos têm de aprender a lidar com um programa que é líder de mercado.

Salário amazônico
O Tribunal de Justiça do Amazonas abriu concurso para contratar 200 funcionários com salários que chegam a R$ 9.000. Apenas mil pessoas se inscreveram. Os organizadores atribuem a baixa procura à reforma do sistema previdenciário.

Rei das empregadas
A força-tarefa formada por INSS, PF e Ministério Público descobriu em SP um funcionário do INSS que concedeu 13 mil benefícios a empregadas domésticas entre 1996 e 2002. É mais do que o dobro da média de benefícios totais concedidos por seus colegas no período.

Visitas à Folha
Maristela Mafei, sócia-diretora da Máquina da Notícia, visitou ontem a Folha.
 
Luiz Fernando Ferreira Delazari, secretário da Segurança Pública do Paraná, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Álvaro Oliveira, da Giusti Comunicação.

TIROTEIO

De Jutahy Júnior (BA), líder do PSDB na Câmara, sobre a oposição à reforma tributária:
-Nosso interesse não é só votar contra. É mostrar que queremos crescimento e geração de empregos. O discurso de Lula na campanha é incompatível com a proposta tributária apresentada pelo governo.

CONTRAPONTO

Carteirada militar

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Francisco Fausto, conta uma história que aconteceu nos anos 60, ao encontrar em Brasília seu sogro, o deputado federal Djalma Marinho, então presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Eles estavam indo ao Congresso quando um guarda os parou. E pediu a carteira de habilitação. Fausto disse que a deixara em casa. Marinho sacou sua identidade de deputado, mas o guarda ignorou a carteirada.
-Quero o documento de habilitação do motorista.
Fausto encontrou no bolso uma carteira antiga da Escola Superior de Guerra, onde havia feito um curso. Ao vê-la, o guarda colocou-se em posição de sentido, bateu continência e ofereceu escolta até o Congresso. Desolado, Marinho desabafou:
-Queria uma carteira dessa. A minha não vale nada por aqui.

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