MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A imagem de um cartaz com a foto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sendo queimado em um protesto em Curitiba (PR), que estampou as páginas dos jornais no dia 15 deste mês, rendeu ao presidente do sindicato dos servidores técnicos da Universidade Federal do Paraná, Antonio Neris de Souza, um processo de expulsão do PT.
O processo foi aberto na terça-feira, no Diretório Municipal do partido, e confirmado ontem pelo presidente local, Roberto Salomão, que disse que a comissão de ética contra Souza foi motivada por uma representação de militantes do PT de Curitiba. Ele afirmou não ter recebido pedido especial do Diretório Nacional nem da Presidência da República.
O dirigente não quis informar quem assinou a representação, que teria partido de deputados federais petistas acusados de "traidores" pelo fórum de servidores contra o projeto de reforma da Previdência aprovado na Câmara.
Em um outro ato público contra as reformas, o sindicalista rasgou a carteirinha do PT e isso, segundo Salomão, também teria motivado o processo ético. "Antes de eu rasgar a carteirinha, o governo rasgou o programa do PT", afirmou Souza anteontem.
Servidor da UFPR há 17 anos, Souza é um dos fundadores do PT no Paraná. Na última eleição, concorreu a deputado federal "apenas para ajudar Lula a se eleger" e somou cerca 8.000 votos.
"A comissão de ética é um cuidado elementar e foi aberta para que o militante tenha resguardado todo o direito de defesa, sem que haja um processo sumário", afirmou o presidente do diretório.


Texto Anterior: Péres diz que será radical ao defender Zona Franca
Próximo Texto: Pressão em declínio: Governo faz concessão e INSS encerra greve
Índice