|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Em discurso a militares, Alckmin elogia anos 70 e defende "valores" da pátria
DA SUCURSAL DO RIO
O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo
Alckmin, adotou um discurso
conservador e voltou a usar como exemplo de crescimento a
década de 1970, quando vigorava o Regime Militar (1964-1985), ontem, em encontro
com militares da reserva no Rio
de Janeiro.
Defendeu crescimento semelhante ao da época -de cerca de 10% ao ano- como solução para os problemas do Brasil. "Há 25 anos o Brasil não
cresce fortemente", disse.
Alckmin atacou invasões de
terra, pregou endurecimento
do regime prisional e defendeu
para os militares termos como
"valores" da pátria e nação e
"respeito à lei e à ordem".
Prometeu ainda terminar de
construir a usina nuclear Angra
3 e recriar a Sudene, projetos
dos anos militares, e incentivar
o projeto do submarino com
propulsão nuclear, da Marinha.
O tucano anunciou que vai
nomear "alguém extremamente vinculado à área" para o Ministério da Defesa. Disse que, se
eleito, vai revitalizar as Forças
Armadas.
Perguntado se daria aumento aos militares, porém, ele tergiversou e não respondeu.
O candidato foi aplaudido pelos presentes, mas muitos pediam mais agressividade na
campanha. "O senhor tem de
abrir fogo", disse-lhe um militar da reserva.
Alckmin iniciou o discurso
afirmando que seu pai foi oficial do Exército, mas cometeu
gafe ao afirmar que ele só casou
de farda de gala porque não tinha dinheiro para comprar um
terno. Também comentou que
o pai abandonou o Exército para ser veterinário.
No discurso, o candidato pulou a Constituição Federal autoritária de 1967, ao falar das
Cartas desde 1824 até 1988, e
criticou ainda a sugestão de Lula de criar uma nova constituinte exclusivamente dedicada a fazer a Reforma Política.
O candidato do PSDB criticou as políticas fiscal e de juros
de Lula e afirmou que pretende
adotar ajuste fiscal para fazer o
país crescer e recuperar sua capacidade de investimento.
Por fim, para criticar o que
chamou de falta de respeito às
leis por parte do governo federal, citou episódio da invasão de
terreno da Volkswagen, em
2003, em São Paulo.
(RAPHAEL GOMIDE)
Texto Anterior: TSE condena Lula a perder 15 segundos Próximo Texto: Elio Gaspari: Lula de novo, sem casa para o povo Índice
|