São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 2006

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Em discurso a militares, Alckmin elogia anos 70 e defende "valores" da pátria

DA SUCURSAL DO RIO

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, adotou um discurso conservador e voltou a usar como exemplo de crescimento a década de 1970, quando vigorava o Regime Militar (1964-1985), ontem, em encontro com militares da reserva no Rio de Janeiro.
Defendeu crescimento semelhante ao da época -de cerca de 10% ao ano- como solução para os problemas do Brasil. "Há 25 anos o Brasil não cresce fortemente", disse.
Alckmin atacou invasões de terra, pregou endurecimento do regime prisional e defendeu para os militares termos como "valores" da pátria e nação e "respeito à lei e à ordem".
Prometeu ainda terminar de construir a usina nuclear Angra 3 e recriar a Sudene, projetos dos anos militares, e incentivar o projeto do submarino com propulsão nuclear, da Marinha.
O tucano anunciou que vai nomear "alguém extremamente vinculado à área" para o Ministério da Defesa. Disse que, se eleito, vai revitalizar as Forças Armadas.
Perguntado se daria aumento aos militares, porém, ele tergiversou e não respondeu.
O candidato foi aplaudido pelos presentes, mas muitos pediam mais agressividade na campanha. "O senhor tem de abrir fogo", disse-lhe um militar da reserva.
Alckmin iniciou o discurso afirmando que seu pai foi oficial do Exército, mas cometeu gafe ao afirmar que ele só casou de farda de gala porque não tinha dinheiro para comprar um terno. Também comentou que o pai abandonou o Exército para ser veterinário.
No discurso, o candidato pulou a Constituição Federal autoritária de 1967, ao falar das Cartas desde 1824 até 1988, e criticou ainda a sugestão de Lula de criar uma nova constituinte exclusivamente dedicada a fazer a Reforma Política.
O candidato do PSDB criticou as políticas fiscal e de juros de Lula e afirmou que pretende adotar ajuste fiscal para fazer o país crescer e recuperar sua capacidade de investimento.
Por fim, para criticar o que chamou de falta de respeito às leis por parte do governo federal, citou episódio da invasão de terreno da Volkswagen, em 2003, em São Paulo.
(RAPHAEL GOMIDE)

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