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MST faz ameaça em resposta a prisão de líder
Jaime Amorim tem habeas corpus negado pelo TJ e movimento diz que militância de PE está "em alerta"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
A direção estadual do MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Pernambuco promete realizar manifestações em todo o Estado
contra a decisão tomada ontem
pela Justiça de manter a prisão
do coordenador nacional do
movimento Jaime Amorim.
De manhã, em nota, o MST
exigiu a libertação de Amorim e
fixou prazo "até o final do dia"
para a soltura. À tarde, o pedido
de habeas corpus foi negado pelo desembargador do Tribunal
de Justiça do Estado Gustavo
Augusto Lima. A decisão revoltou o movimento. "Toda a militância do MST em Pernambuco
está, desde já, em alerta", ameaçaram, na nota, os sem-terra.
No fim da tarde, os líderes estaduais se reuniram para definir estratégias. A Folha apurou
que, entre as mobilizações em
estudo, estava um protesto simultâneo nas 14 regionais do
MST estadual. Ações rápidas,
como bloqueios de rodovias, tinham preferência a invasões.
Amorim foi preso anteontem, em Itaquitinga (a 84 km
de Recife), após acompanhar o
enterro de um dos dois dirigentes estaduais do MST mortos
na manhã de domingo em um
acampamento em Moreno
(PE). A causa da prisão é um
processo que apura a depredação do consulado dos EUA em
Recife, em novembro passado.
O juiz da 5ª Vara Criminal de
Recife, Joaquim Pereira Lafayete Neto, autor do pedido de
prisão, argumenta que, em liberdade, o líder do MST "poderá colocar em risco a paz e a segurança de cidadãos de bem".
Inativo desde a invasão e depredação da Câmara, o MLST
(Movimento de Libertação dos
Sem-Terra) anunciou adesão
às manifestações. "Já comuniquei à direção do movimento
que estaremos ao lado deles",
disse o coordenador nacional
do MLST, Bruno Maranhão.
Entidades ligadas aos direitos humanos também manifestaram solidariedade. Em nota
assinada por 25 instituições, a
prisão de Amorim foi classificada de "política". O MST acusa o governo de perseguir dirigentes e militantes sem-terra
para tentar criminalizá-los.
O governo não quis se manifestar. O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador
Fausto Freitas, disse que a Justiça não trata os processos sob
os focos emocional e político,
mas de acordo com a legislação
vigente.
(FÁBIO GUIBU)
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