São Paulo, quinta-feira, 23 de agosto de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Colateral

Motivada pelo caso dos pagamentos feitos a Mônica Veloso, a perícia da Polícia Federal nos documentos de Renan Calheiros acabou por reforçar outra denúncia contra o presidente do Senado: a de que recorreu a laranjas, entre eles Tito Uchôa, para se tornar sócio de emissoras de rádio e jornais em Alagoas. Ao juntar notas promissórias de um empréstimo que tomou da empresa de Uchôa, o peemedebista forneceu munição para o outro processo.
A denúncia relativa à propriedade oculta de veículos de comunicação é considerada a mais preocupante pelos aliados de Renan. Não por acaso, foi a única sobre a qual ele até hoje não se manifestou no mérito.

Mundo da Lua. De Tasso Jereissati (PSDB-CE) para um colega, logo depois de o presidente do Senado ter afirmado na tribuna que o resultado da perícia da PF lhe foi favorável: "O Renan perdeu o contato com a realidade".

Cadê? O item do relatório da perícia que mais intrigou os senadores é a afirmação de que, desde 2002, é impossível verificar a existência de saque em dinheiro feito por Renan. Vários levantavam a hipótese de que o peemedebista tenha movimentado outras contas.

Salompas. Joaquim Barbosa era o mais incomodado dos ministros do STF no primeiro dia do julgamento do mensalão. Não bastasse a missão espinhosa, o relator padecia de uma dor nas costas que o fez ler seu texto em pé e, depois, ficar circulando no plenário e se alongando atrás da cadeira.

Pós-quarentena. O ex-chefe de gabinete do Ministério da Justiça Cláudio Alencar tomou lugar como assistente do advogado de José Genoino, Luiz Fernando Pacheco. Alencar foi assessor de Márcio Thomaz Bastos durante todo o período decorrido entre a acusação de Roberto Jefferson e a apresentação da denúncia do procurador-geral.

Rodízio. Na primeira sessão sem Sepúlveda Pertence, os ministros trocaram de lugar no plenário. Alguns brincaram com a novidade: "Amanhã todo mundo vai mudar de posição na hora do julgamento", diziam, na véspera.

Babel. Enquanto o ministro Nelson Jobim (Defesa) anunciava, na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, a abertura de processo que deve atingir a diretora da Anac Denise Abreu pelo uso indevido de documentos para liberar a pista de Congonhas, a CPI do Apagão Aéreo da Câmara barrava requerimento que pedia exatamente a mesma coisa.

Estica-e-puxa. À diferença do PSDB da Câmara, a bancada do Senado adotou discurso contrário à prorrogação da CPMF. Os governadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), presidenciáveis do partido, querem a manutenção da contribuição e, no máximo, partilhá-la com os Estados.

Tarefa. Antonio Palocci (PT-SP) aceitou relatar a CPMF na Comissão Especial da Câmara após insistência do Planalto, para quem só ele pode pôr ordem na base e supervisionar o presidente da comissão, Pedro Novais (PMDB-MA), visto com desconfiança por governistas.

Cabo-de-guerra. A base aliada tentava emplacar havia uma semana Sandro Mabel (PR-GO) na relatoria, em mais um capítulo do litígio com o ministro Guido Mantega (Fazenda), que fazia questão de ter um petista no posto.

Imagem é tudo. Após a fracassada tentativa de aprovar a reforma política, lideranças da Câmara traçaram um roteiro para o segundo semestre que inclui emendas contra o nepotismo e o voto secreto dos parlamentares.

In loco. A Câmara pretende nomear comissão externa para que deputados visitem hospitais em situação crítica devido à greve em Alagoas.

Tiroteio

"A crise no Nordeste é o primeiro sintoma do colapso na saúde que se avizinha do país".
Do deputado RAFAEL GUERRA (PSDB-MG), presidente da Frente Parlamentar da Saúde, sobre a greve de médicos e funcionários de hospitais que atingiu Estados como Pernambuco, Paraíba e Alagoas.

Contraponto

No mundo das aves

Depois de Fernando Henrique Cardoso dizer, na semana passada, que o PSDB deveria pegar o bico do tucano, símbolo do partido, e trocar por um de sabiá para "cantar suas realizações", José Serra voltou ao assunto anteontem durante seminário da sigla em Curitiba.
Ao insistir na tese de que os correligionários pecam por fazer pouca propaganda das "conquistas" obtidas pelo partido quando no Executivo, o governador de São Paulo também recorreu a uma metáfora aviária:
-O PSDB parece uma pata. Porque vocês sabem: a galinha bota ovo pequeno e sai por aí cacarejando. Já a pata bota ovo grande e não faz barulho nenhum!


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