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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Melhor assim
A decisão do Supremo Tribunal Federal que impede
o nepotismo gerou gritaria geral no Congresso, mas a
atmosfera nos corredores foi de alívio pelo fato de não
ter partido dos próprios parlamentares uma medida
tão impopular. A avaliação é que custaria caro defender a idéia abertamente diante da imensa teia de familiares de congressistas empregados na Câmara e no
Senado. Mais: muitos deles, especialmente mulheres
de parlamentares, recorrem a um artifício que permite ser lotado em determinado gabinete, mas "estar cedido" para desempenhar funções no Estado. Ao custo
de quase R$ 4 milhões por ano, pelo menos 52 deputados empregam filhos ou mulheres, número que dobra
se somados parentes de segundo e terceiro graus.
Afasta de mim. Prova de
que a Câmara não quer saber
de regulamentar o nepotismo
é que na terça, em reunião de
líderes, o presidente da Casa,
Arlindo Chinaglia (PT-SP),
alertou que o STF arbitraria o
assunto e opinou que os deputados deveriam se antecipar.
Vem mais. Na mesma reunião, Chinaglia cantou a bola
do próximo tema sobre o qual,
na sua opinião, o Supremo vai
se manifestar: fim do voto secreto para casos de perda de
mandato no Congresso.
Prodígio. Alguém descobriu que o "Kassabinho", boneco de animação que aparece no programa eleitoral do
prefeito de São Paulo, é a cara
de Jimmy Neutron, o menino-gênio que constrói engenhocas no desenho homônimo do canal de Nickelodeon.
Campo neutro. Enquanto
Alckmin e Kassab disputam
sua imagem na TV, José Serra
gravou depoimento sobre
saúde, que irá ao ar na campanha de Fernando Gabeira
(PV) no Rio, na próxima terça.
Colírio. Geraldo Alckmin
(PSDB) recebe hoje a visita de
deficientes auditivos no seu
comitê de campanha para debater políticas de inclusão. No
grupo, estará Vanessa Vidal,
eleita miss Ceará neste ano.
Em círculos. Um velho dilema, que tirou o sono do comando da campanha em
2006, volta a assolar a equipe
de comunicação tucana: ainda
não se sabe se ele vai tentar fixar o Geraldo ou o Alckmin.
Modelo 2010. Para se
contrapor ao jantar de arrecadação de Gleisi Hoffman (PT),
que teve a participação de Dilma Rousseff, o prefeito Beto
Richa (PSDB) levará a Curitiba, no dia 9, o também presidenciável Aécio Neves. Foram
vendidos mil convites a R$
1.000 -e terá nova fornada.
É guerra. Subiu a temperatura nos programas de TV de
Antonio Imbassahy (PSDB) e
João Henrique (PMDB) em
Salvador. De olho numa vaga
no segundo turno, o prefeito
passou a falar em "herança
maldita" deixada pelo tucano.
Best friends. Após acusar
(e recuar em seguida) Daniel
Dantas de ter encomendado a
tentativa de suborno de um
delegado, Hugo Chicaroni
conversou e até bebeu café
com o banqueiro, ontem, durante depoimentos de testemunhas na Justiça Federal.
Lacre. Nelson Pellegrino
(PT-BA) vai cobrar, no relatório da CPI dos Grampos, que
as telefônicas reforcem a proteção aos dados cadastrais.
Em depoimento, o delegado
da PF Marcílio Zocrato disse
que as informações ficam em
mãos terceirizados.
Consumado. O governo retirou a MP criadora do Ministério da Pesca, mas os ofícios
da secretaria que chegam ao
Congresso já adotam a nova
terminologia. Mais: a propaganda da 5ª Semana Semana
Nacional do Peixe ostenta em
letras garrafais o novo status.
Tô nessa. Recém-saída do
Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva (PT-AC) se
engajou na defesa da manutenção do atual desenho da
reserva indígena Raposa/ Serra do Sol, que irá a julgamento
no Supremo no dia 27.
com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO
Tiroteio
"Esses números não só colocam por terra a
alegada competência do governo Alckmin
como mostram o tipo de choque de gestão
que ele tem como modelo para São Paulo."
Do líder do PT na Assembléia paulista, ROBERTO FELÍCIO, sobre o
buraco de R$ 98 milhões decorrente da decisão de Alckmin de parar de
pagar contribuição para o Pasep em 2001, quando era governador.
Contraponto
Efeito carapuça
Conhecido entre os colegas na Câmara por atitudes intempestivas, como a divulgação de uma lista apócrifa de
supostos beneficiados pelo mensalão no auge da crise de
2005, Paulo Pimenta (PT-RS) assustou aliados durante
recente evento de campanha em Santa Maria.
O candidato a prefeito começou a citar petistas ilustres
da cidade, como o ministro da Justiça, Tarso Genro, e o
ex-presidente da CPI do Detran, Fabiano Pereira.
-Me orgulho de ser da "República de Santa Maria"-,
disse Pimenta, usando a mesma expressão empregada,
com conotação pejorativa, por Yeda Crusius (PSDB).
Ao lado do candidato, um assessor não resistiu:
-Meu Deus, o que será que ele quis dizer com isso?
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