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CAMPANHA
Tucano diz que o petista, que ligou para o presidente pedindo explicação sobre a alta do dólar, quer "gerar notícia"
Serra critica ligação de José Dirceu a FHC
CHICO DE GOIS
ENVIADO ESPECIAL A ALFENAS
O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra,
classificou de "publicitário" o telefonema que o presidente nacional do PT, deputado José Dirceu,
fez ao presidente Fernando Henrique Cardoso no sábado.
Dirceu pediu explicações a Fernando Henrique sobre a recente
instabilidade do mercado financeiro, que resultou, na semana
passada, em alta expressiva do
dólar e elevação do risco-país.
"É para chamar a atenção e para
gerar notícia na imprensa", disse
Serra ontem em Alfenas (MG),
depois de participar de um encontro com empresários e lideranças locais e conhecer os produtos fabricados no município.
Serra evitou analisar a pesquisa
Datafolha publicada ontem, a
qual aponta que o candidato do
PT, Luiz Inácio Lula da Silva, subiu mais quatro pontos percentuais, e tem 44% das intenções de
voto, enquanto o tucano oscilou
dois pontos para baixo, passando
para 19%. "No Ibope deu outro
resultado e foi o Lula quem caiu",
disse Serra. "As pesquisas vão indo com pequena variação, mas o
importante é que mostram uma
tendência para o segundo turno
entre Lula e Serra."
Durante seu discurso às cerca
de 500 pessoas que o aguardavam
no hangar do aeroporto da cidade, Serra atacou o candidato do
PT pela mudança de discurso,
sem citar seu nome. "Eu tenho me
apresentado com uma cara só e
não existe Serra com duas caras."
Na propaganda no horário eleitoral, a campanha do tucano também tem explorado o que, para os
marqueteiros do PSDB, são inconsistências no discurso de Lula.
"Tem de escolher uma pessoa
que parece uma só e não que parece duas." Ele disse que "só faltam 15 dias para decidir a primeira etapa, mas estamos trabalhando como se já estivéssemos no segundo turno".
Sobre a criação de empregos, o
candidato procurou demonstrar
que ele seria o mais bem preparado para a tarefa. "Eu tenho experiência nesta área de emprego
porque fui eu quem viabilizei o seguro-desemprego."
De acordo com a pesquisa Datafolha publicada ontem, 42% dos
entrevistados disseram que o desemprego é o maior problema do
país e percentual idêntico acredita
que Lula é o presidenciável mais
preparado para combatê-lo.
No final de seu discurso, o candidato disse que os votos chegam
"por uma ventania" e pediu para
que os presentes deixassem o local "soprando" para levar "nosso
barco ao porto da vitória".
Em meio às bandeiras amarelas
de Serra, dois jovens seguravam
uma faixa onde estava escrito "fora Serra, agora é Lula".
Alguns seguranças chegaram a
impedir a exibição do material,
mas, depois, liberaram.
Logo que entrou no hangar do
aeroporto, Serra foi surpreendido
pela estudante Liene Silveira, 15
anos, que, chorando, lhe entregou
uma carta na qual pede ajuda ao
ex-ministro da Saúde para viabilizar uma cirurgia no quadril de sua
mãe. A assessoria do candidato
guardou a carta.
Argentina
Em Guaxupé (MG), onde passou antes de ir a Alfenas, Serra voltou a dizer que, se Lula for eleito, o Brasil poderá se transformar em uma Argentina.
"Vocês viram o que aconteceu na Argentina depois de uma campanha eleitoral em que se prometia o céu. Na Venezuela é a mesma coisa."
Colaborou a Folha Ribeirão, em Guaxupé (MG)
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