São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 2002

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Ex-ministro se diz 'absolvido'

DO ENVIADO A RIO BRANCO

Um dos protagonistas da novela de escândalos do Canal da Maternidade, o ex-ministro do Trabalho Antônio Rogério Magri diz que se sente "absolvido" com a conclusão da obra.
"Tanto barulho se fez em torno dela, e eu sempre defendi sua importância. Fico feliz por ter participado, de alguma forma, deste processo", declarou Magri.
O ex-ministro, que hoje assessora o sindicato dos trabalhadores na construção civil de São Paulo, foi, na verdade, condenado pela Justiça Federal por corrupção passiva, a dois anos de prisão. Réu primário, recorre da sentença em liberdade. "Interessante é o fato de eu ter sido condenado por corrupção passiva, mas ninguém tenha sido por corrupção ativa. Como isso é possível?", declara.
De fato, a Odebrecht, que supostamente teria oferecido a propina, segundo se suspeitou, foi condenada somente a devolver ao governo do Acre o dinheiro que já havia recebido, mas nenhum de seus diretores foi condenado. Na nova licitação, no ano passado, a empreiteira, embora pudesse participar, preferiu ficar de fora, para "não criar constrangimentos".
O segundo caso que deu projeção nacional ao Canal ocorreu em 17 de maio de 1992, quando o então governador do Acre, Edmundo Pinto, foi assassinado em um hotel em São Paulo, às vésperas de depor em uma CPI para apurar irregularidades no uso do FGTS. A obra do Canal seria citada em seu depoimento. A Polícia concluiu por latrocínio, mas a versão jamais convenceu a população do Acre. Em 1993, três pessoas foram condenadas pelo assassinato de Pinto, sem que ficasse comprovada a ligação política. (FZ)


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