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Governador de MS diz que estupraria Minc
Puccinelli afirma que ministro é "veado e fuma maconha"; em resposta, petista chama peemedebista de "truculento ambiental"
Depois, governador disse que, se declarações fossem entendidas como ofensa, "apresentava pedido de desculpas" ao ministro
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli
(PMDB), desferiu ontem, durante um encontro com empresários do setor de cana, ataques
pessoais ao ministro Carlos
Minc (Meio Ambiente).
Puccinelli, segundo o relato
de participantes da reunião,
disse que o ministro "é veado e
fuma maconha" e que, se Minc
fosse a Campo Grande, "ia correr atrás dele e estuprá-lo em
praça pública".
Mais tarde, já com a repercussão de suas declarações na
imprensa local, Puccinelli publicou na página do governo na
internet uma nota na qual diz
ter feito apenas "referências,
em tom de brincadeira, a outras
críticas recebidas pelo ministro
do Meio Ambiente".
De acordo com a nota, as declarações de Puccinelli -não
reproduzidas no texto- foram
"entendidas pelos presentes no
contexto de brincadeira, sem
caráter de ofensa pessoal".
À tarde, Puccinelli convocou
a imprensa e leu outra nota.
Nela, disse que lamentava a conotação de ofensa atribuída às
suas declarações, "pois foram
feitas em ambiente diverso".
Na reunião em que fez as declarações, o governador se
queixou da possibilidade de
proibição a novas usinas de cana na bacia do Alto Paraguai,
onde se forma o Pantanal.
Segundo a nota de Puccinelli,
"as críticas restringem-se ao
ambiente do debate técnico e
político dos assuntos que dizem respeito aos interesses de
Mato Grosso do Sul. Quaisquer
outros desdobramentos devem
ser entendidos como inapropriados e, na hipótese, de terem
gerado ofensa ao ministro, o
governador apresenta seu pedido de desculpas".
No site do Ministério do
Meio Ambiente, a assessoria de
Minc publicou uma nota de
duas linhas na qual Puccinelli é
descrito como "um truculento
ambiental que quer destruir o
Pantanal com a plantação de
cana-de-açúcar". Segundo a
nota, a declaração dada pelo governador "revela o seu caráter".
"Selo verde"
Encaminhado no dia 17 ao
Congresso, o projeto de lei que
estabelece o zoneamento do
plantio da cana é fruto de quase
dois anos de discussões internas no governo federal.
Além de proibir a expansão
da cana na Amazônia e no Pantanal, o texto prevê a mecanização da lavoura como forma de
eliminar o uso do fogo e a emissão de gases poluentes.
A inclusão da bacia do Alto
Paraguai na lista de áreas sob
embargo permanente contrariou produtores rurais e o ministro da Agricultura, Reinhold
Stephanes. "Não podíamos pôr
em risco a imagem do álcool
verde por causa do interesse de
oito empreendimentos", disse
Minc na ocasião.
Ontem pela manhã, em entrevista à TV Morena (afiliada
da Globo), Puccinelli fez críticas à decisão. Segundo ele, a bacia do Alto Paraguai "nada tem
a ver com o Pantanal".
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