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LUIZ HENRIQUE
Candidato diz que está em cruzada contra oligarquias
DA AGÊNCIA FOLHA
Administrador da maior cidade
catarinense -Joinville- por três
vezes, cotado para ser vice na chapa do tucano José Serra à Presidência, o peemedebista Luiz Henrique da Silveira viu crescer sua
candidatura nos últimos dias.
A estratégia de ligar seu nome
ao petista Luiz Inácio da Silva e
abandonar o tucano, no segundo
turno, alavancou, segundo coordenadores de sua campanha, sua
candidatura nas pesquisas.
Encarnando um discurso de
mudança, Luiz Henrique não
poupou críticas aos que chama de
"oligarcas e apoiadores do regime
militar", ampliando o bate-boca
com Esperidião Amin (PPB), seu
rival histórico.
(JM)
Agência Folha - O sr. foi cotado
para vice de José Serra, apoiou-o
no primeiro turno e agora vota em
Lula. Não é oportunismo político?
Luiz Henrique da Silveira - Esse
caminho quem trilhou foi José
Serra, que, no primeiro turno,
achava que o meu adversário ganharia a eleição e priorizou o
apoio a ele. Nem mesmo gravar
para o meu programa o presidenciável gravou. Ele escolheu o caminho das oligarquias. Aqui o jogo é o futuro contra o passado. Eu
sempre falei que o Serra botaria o
pé em duas canoas e iria afundar.
Foi o que aconteceu. Ele deixou os
seu amigos fiéis para acreditar naqueles que apoiaram a ditadura.
Agência Folha - Caso Serra vença
Lula, o sr. acredita que terá um
bom relacionamento com ele?
Luiz Henrique - Relacionamento
administrativo se tem com qualquer presidente, mas não acredito
na vitória de José Serra. Lula vai
passar dos 80% aqui no Estado. O
PMDB está engajado com o Lula e
não negará nenhum voto a ele.
Agência Folha - O último governo
do PMDB atrasou salários e deixou
precatórios impagáveis. Qual vai
ser a diferença do governo do sr.?
Luiz Henrique - O meu governo
vai ser eleito contra as oligarquias.
O grande erro que o Paulo Afonso
[ex-governador" teve que cometer para ganhar a eleição foi se
aliar às oligarquias, que fez o que
faz com todo governo. No final,
depois de sugar e sugar, deixou o
governo e a maioria parlamentar.
Agência Folha - Como o sr. avalia
que será sua relação com a Assembléia? Diminuiu o poder do PMDB
na casa [de 10 para 7 deputados].
Luiz Henrique - A união dos partidos que nos apóiam vai nos garantir pelo menos a metade dos
deputados, mas eu acredito que
teremos maioria folgada, sem nenhum problema.
Agência Folha - No seu plano de
governo fala-se em incentivar a
competitividade entre as empresas. O sr. é favorável aos incentivos
fiscais, à disputa por investimentos
entre os Estados?
Luiz Henrique - Eu sou absolutamente contra a guerra fiscal. Eleito governador, eu vou procurar o
presidente Lula para propor uma
reunião entre todos os governadores para debater um novo pacto federativo. Que [Lula" faça a reforma política, a reforma fiscal e a
tributária. Vou pedir a revogação
do ICMS e do IPI, que revogue a
guerra fiscal e a sonegação. Revogue a tributação sobre o salário e a
produção e crie a tributação sobre
a renda e o consumo.
Agência Folha - Caso eleito, qual
será a sua primeira medida?
Luiz Henrique - A descentralização. Assim que assumir, mando
para a Assembléia um projeto
criando uma política de municipalização de prioridade social e de
modernização tecnológica.
Agência Folha - Seu concorrente
afirma que o sr. irá implantar pedágios nas rodovias catarinenses. O
sr. confirma essa proposta?
Luiz Henrique - Isso é a mesma
coisa de dizer que você, quando
crescer, vai ser mau. O governador é o responsável pelo pedágio
aqui no Estado. Foi o partido dele
que criou a lei que permitiu a concessão de estradas a empresas
particulares em troca de pedágio.
Eu acredito que, com as reformas
que o Lula fará, o governo vai arrecadar mais e terá condições de
fazer estradas sem precisar concedê-las a ninguém.
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