São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ DATAFOLHA

Popularidade de Lula tem curva descendente, mas cai distância a favor de tucano em 2º turno

Governo mantém queda, mas disputa contra Serra se acirra

DA REPORTAGEM LOCAL

A popularidade e o prestígio pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva mantêm tendência de queda e o projeto de reeleição do presidente continua ameaçado pelo tucano José Serra, atual prefeito de São Paulo. A vantagem de Serra sobre Lula em um eventual segundo turno, porém, diminuiu.
Pesquisa Datafolha realizada na quinta e sexta-feira passadas revela que a taxa dos que consideram o governo Lula ótimo ou bom é hoje idêntica à dos que acham que ele vem sendo ruim ou péssimo: 28% em ambos os casos.
Em relação ao levantamento anterior do Datafolha (de 10 de agosto), a taxa dos que aprovam o presidente, que era de 31%, caiu três pontos percentuais.
Sobre o prestígio pessoal do presidente, hoje 40% dos brasileiros acham que Lula está tendo um desempenho ótimo ou bom, taxa onze pontos menor do que a verificada em julho (51%), quando essa pergunta foi feita pelo Datafolha pela última vez.
Apesar da piora na avaliação do governo e no desempenho do presidente, diminuiu a distância entre Serra e Lula em um eventual embate no segundo turno na eleição presidencial de 2006.
A simulação mostra um empate técnico entre os dois, mas como isso ocorre no limite da margem de erro do levantamento, de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, a situação é considerada estatisticamente improvável -ou seja, é mais provável que Serra permaneça à frente.
Hoje, 45% dos brasileiros votariam no tucano no segundo turno; e 41% optariam por Lula. Em agosto, o prefeito paulistano superava o presidente por nove pontos percentuais (48% a 39%). Em julho também ocorria um empate (Lula com 45% e Serra com 41%), mas com maior probabilidade de Lula estar à frente.
Ao mesmo tempo, a rejeição ao presidente Lula aumentou cinco pontos percentuais em relação a pesquisa realizada pelo Datafolha em julho. Passou de 25% para 30% a taxa dos que não votariam nele de jeito nenhum.
Já a rejeição ao tucano José Serra passou de 12% para 15%.
No levantamento realizado quinta e anteontem, o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, diminuiu em dois pontos a diferença contra Lula em um eventual segundo turno.
A taxa de intenção de votos no governador paulista oscilou de 35% para 37%. Lula manteve o mesmo percentual do levantamento de agosto (45%). Alckmin é o candidato que aparece com menor índice de rejeição no Datafolha; apenas 11% dizem que não votariam nele de forma alguma.
Já a simulação de um segundo turno contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso mostrou um aumento da distância entre o petista e o tucano. Passou de 45% a 36%, respectivamente, em agosto, para 48% a 33% agora.
No primeiro turno, Lula permanece com cerca do dobro das intenções de voto na comparação com Alckmin e FHC. Já Serra encosta no petista, com 27% a 30%.

Pobres e ricos
A pesquisa revela que a popularidade do presidente da República continua sendo sustentada pelos extratos mais pobres e menos escolarizados do país.
Em relação à avaliação do presidente, o Nordeste continua sendo a região na qual Lula tem as melhores taxas. Entre os nordestinos, 37% aprovam o governo, nível idêntico ao registrado em agosto, e 22% o reprovam.
As maiores taxas de reprovação ocorrem no Sul, onde houve um aumento de 31% para 36%.
Entre os brasileiros com nível de escolaridade superior, a reprovação a Lula deu um salto de 16 pontos percentuais, passando de 24% em agosto para 40% hoje. Entre os mais ricos, com renda familiar superior a 10 salários mínimos, a taxa de reprovação passou de 31% para 42%. (FERNANDO CANZIAN)


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