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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
2º turno mudou equipes de Lula e Alckmin
Presidente amparou-se em políticos bons de voto; tucano ganhou aliados, mas núcleo de Pindamonhangaba manteve comando
Crise do dossiê implodiu o PT paulista e deu nova estatura a Marta Suplicy, que fora derrotada na prévia por Aloizio Mercadante
MALU DELGADO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O escândalo da compra do
dossiê alterou o rumo da campanha presidencial e também a
correlação de forças no entorno dos dois candidatos, Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB).
Como Lula não apostava de
fato num segundo turno (a virada ocorreu na véspera do dia
1º de outubro), o caso dossiê foi
o responsável pela alteração da
dinâmica eleitoral. Lula foi
obrigado a mudar quase toda a
lógica da coordenação de campanha, a começar pelo comando nacional e em São Paulo.
Do outro lado, Alckmin, que
já estava praticamente abandonado pelo PSDB, ganhou fôlego, novos aliados e viu seu grupo se consolidar como uma nova força na oposição. Mas, sem
um grande estrategista no time
e novato em disputas nacionais, escorou-se na "república
de Pindamonhangaba" e viu o
PT tirar proveito das críticas às
privatizações e do apoio do casal Garotinho ao candidato.
Já Lula amparou-se no núcleo do Planalto, que aos poucos já vinha ganhando a confiança irrestrita do presidente.
Teve, ainda, que apostar nos
governadores do PT eleitos e
foi buscar apoio de prefeitos e
aliados "bons de voto".
Conhecido apenas como assessor especial do presidente,
coube ao petista Marco Aurélio
Garcia apagar o incêndio em
plena crise. Ele assumiu não só
a coordenação nacional da
campanha como também o
posto de presidente em exercício do PT, enquanto Ricardo
Berzoini caía em desgraça.
A crise do dossiê implodiu o
PT paulista e deu nova estatura
a Marta Suplicy, derrotada na
prévia por Aloizio Mercadante.
Petistas com boa interlocução
com Lula, mas ainda considerados "marginais" no partido,
voltaram à cena com força total
e dispostos a mudar a estrutura
da máquina petista, projeto semeado após a eleição de 2002 e
abandonado pelo excessivo poder dos paulistas no ministério.
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