DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após se afastar da presidência do Senado por 45 dias, Renan Calheiros (PMDB-AL) pediu licença de dez dias do mandato "para fazer exames médicos". A assessoria do senador disse que ele não está doente, apenas fará uma "bateria de exames". No período em que está afastado do mandato, Renan não poderá depor no Conselho de Ética nem ser notificado de novas representações.
O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), avalia como coerente o pedido de licença. "É uma fase difícil, pessoal. A razão de estresse estaria plenamente justificada", disse.
A saída de cena de Renan é estratégica para evitar constrangimentos e tumultuar o processo quando o governo negocia a CPMF e uma nova representação o ameaça. Hoje a Mesa analisa nova representação sob especulações de que ele poderia renunciar ao mandato.
Desde que se afastou do comando da Casa, há 13 dias, Renan ficou recluso na residência oficial onde prepara sua defesa. Ele responde a quatro processos por quebra do decoro. Ontem, passou o dia elaborando sua versão para a denúncia de que usou laranjas para comprar rádios em Alagoas. O relator é Jefferson Péres (PDT-AM), que não faz parte da tropa de choque do peemedebista.
Interlocutores do alagoano dizem que a única prova anexada ao processo é uma nota promissória assinada em 1985 por Renan, antes de ser senador. O peemedebista não descarta renunciar à presidência, mas essa decisão só seria tomada para preservar o mandato. A licença pode ser esticada caso os processos não sejam julgados até 26 de novembro, quando acaba o prazo de afastamento.


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