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2º JULGAMENTO
Acusado de matar Dorothy Stang é condenado a 27 anos
DA AGÊNCIA FOLHA
Rayfran das Neves Sales,
31, foi condenado ontem, por
unanimidade, a 27 anos de
prisão pela morte da irmã
Dorothy Stang, em fevereiro
de 2005, em Anapu (PA). Ao
ser interrogado, Rayfran disse ter matado a freira a tiros,
mas negou que tivesse sido
contratado por fazendeiros
para assassiná-la.
Segundo Rayfran, ele matou a missionária por ter sido
ameaçado por ela quando ia
plantar capim no lote 55, em
Anapu. A área era reivindicada pela freira para a criação
de um projeto de assentamento rural.
Para o Ministério Público
Estadual, a morte de Stang
foi encomendada por R$ 50
mil. A defesa de Rayfran alegou que ele cometeu o crime
porque estava em estado de
ameaça intensa.
O julgamento de ontem,
em Belém (PA), foi o segundo de Rayfran. Ele já havia sido julgado pela morte de
Stang em dezembro de 2005
e condenado a 27 anos de reclusão. Como a pena excedeu
20 anos, ele teve direito a um
segundo julgamento.
Ontem, Clodoaldo Batista,
que estava com Rayfran no
momento do crime e já foi
condenado a pena de 17 anos
por co-autoria, foi ouvido como testemunha de defesa.
Ele confirmou a versão de
Rayfran de que a morte da
missionária não fora encomendada.
O fazendeiro Vitalmiro
Moura, apontado como um
dos mandante do crime, foi
julgado em maio deste ano e
condenado a 30 anos de prisão. Ele aguarda um novo julgamento. Regivaldo Galvão,
também acusado de ser um
dos mandantes, ainda não foi
julgado. Moura e Galvão negam as acusações.
Também já foi julgado pelo
assassinato Amair Cunha,
condenado a 18 anos de prisão em abril de 2006 pela
acusação de ter intermediado o crime.
Dorothy foi morta aos 73
anos com seis tiros quando
se dirigia a uma reunião com
agricultores em Anapu. Ela
era americana naturalizada
brasileira e atuava havia 40
anos na organização de trabalhadores no Pará.
Ontem pela manhã, cerca
de 150 pessoas, a maioria ligada a movimentos sociais,
se concentraram em frente
ao prédio do júri para pedir a
condenação de Rayfran. À
tarde, a manifestação se dispersou.
(SÍLVIA FREIRE)
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