São Paulo, terça-feira, 23 de outubro de 2007

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2º JULGAMENTO

Acusado de matar Dorothy Stang é condenado a 27 anos

DA AGÊNCIA FOLHA

Rayfran das Neves Sales, 31, foi condenado ontem, por unanimidade, a 27 anos de prisão pela morte da irmã Dorothy Stang, em fevereiro de 2005, em Anapu (PA). Ao ser interrogado, Rayfran disse ter matado a freira a tiros, mas negou que tivesse sido contratado por fazendeiros para assassiná-la.
Segundo Rayfran, ele matou a missionária por ter sido ameaçado por ela quando ia plantar capim no lote 55, em Anapu. A área era reivindicada pela freira para a criação de um projeto de assentamento rural.
Para o Ministério Público Estadual, a morte de Stang foi encomendada por R$ 50 mil. A defesa de Rayfran alegou que ele cometeu o crime porque estava em estado de ameaça intensa.
O julgamento de ontem, em Belém (PA), foi o segundo de Rayfran. Ele já havia sido julgado pela morte de Stang em dezembro de 2005 e condenado a 27 anos de reclusão. Como a pena excedeu 20 anos, ele teve direito a um segundo julgamento.
Ontem, Clodoaldo Batista, que estava com Rayfran no momento do crime e já foi condenado a pena de 17 anos por co-autoria, foi ouvido como testemunha de defesa. Ele confirmou a versão de Rayfran de que a morte da missionária não fora encomendada.
O fazendeiro Vitalmiro Moura, apontado como um dos mandante do crime, foi julgado em maio deste ano e condenado a 30 anos de prisão. Ele aguarda um novo julgamento. Regivaldo Galvão, também acusado de ser um dos mandantes, ainda não foi julgado. Moura e Galvão negam as acusações.
Também já foi julgado pelo assassinato Amair Cunha, condenado a 18 anos de prisão em abril de 2006 pela acusação de ter intermediado o crime.
Dorothy foi morta aos 73 anos com seis tiros quando se dirigia a uma reunião com agricultores em Anapu. Ela era americana naturalizada brasileira e atuava havia 40 anos na organização de trabalhadores no Pará.
Ontem pela manhã, cerca de 150 pessoas, a maioria ligada a movimentos sociais, se concentraram em frente ao prédio do júri para pedir a condenação de Rayfran. À tarde, a manifestação se dispersou. (SÍLVIA FREIRE)


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