São Paulo, quinta-feira, 23 de novembro de 2000

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PAINEL


Escanteio provisório
O acordo PSDB-PMDB em torno das presidências da Câmara e do Senado é provisório. Foi a maneira que o Planalto e os partidos encontraram para enfraquecer ACM, tentar mudar a correlação de forças na base e deixar o PFL na dependência de FHC para continuar no páreo.

Aliança em crise
O PFL, no entanto, ameaça retaliar FHC no Congresso. O mínimo que se diz no partido é que o presidente foi "omisso" ao deixar a candidatura de Aécio Neves chegar aonde chegou.

Poço de mágoas
Após seis anos de dedicação, Inocêncio Oliveira (PFL) acha que foi traído por FHC. O pefelista acredita que o presidente poderia ter evitado que PSDB e PMDB estragassem a festa de lançamento de sua candidatura a presidente da Câmara.

Garoto problema
O PFL ataca FHC para não agravar mais a sua divisão interna. A razão das dificuldades de Inocêncio na Câmara é o veto de ACM à candidatura de Jader Barbalho (PMDB) no Senado.

Espelho meu
O Planalto aposta que as festas de Natal e Ano-Novo contribuirão para baixar a temperatura no Congresso, onde a crise corre solta entre os aliados. Em janeiro, acredita que pode rearticular a base governista. FHC vai precisar exibir muito seu charme.

Cavalo de Tróia
O acordo PSDB-PMDB na Câmara pressupõe o apoio dos tucanos a Jader no Senado. Há problemas. Arthur da Távola e Lúcio Alcântara (PSDB) foram convencidos por ACM de que podem ser opções para a sucessão no Senado. E acreditaram.

Segunda tentativa
Heloísa Helena (PT) e Paulo Hartung (PPS) iniciaram a discussão para a formação de um bloco de oposição no Senado, que incluiria PSB e PDT. Juntos, os partidos somam 17 votos.


Profissional do ramo
Jorge Wilheim, secretário do Planejamento de Marta, trabalhou para Pitta no início da atual gestão. Foi um dos autores do Plano Diretor encaminhado pelo prefeito à Câmara de SP em 98. O projeto não foi votado.

Linha de ação
Na época, o Plano Diretor de Pitta foi criticado pelo PT. O projeto liberava a construção de imóveis fora dos padrões da Lei de Zoneamento. Desde que o empreendedor pagasse uma contrapartida ao município.

Mais uma chance
Pitta deve, finalmente, receber Marta em seu gabinete na sexta, às 18h. A audiência foi marcada ontem. Só, então, começam, de fato, os trabalhos de transição.

Pressão acadêmica
Começou a circular ontem entre acadêmicos da USP, PUC e Unicamp um manifesto de apoio à indicação de Lisete Regina Gomes Arelaro para a Secretaria da Educação de Marta. Ligada a Paulo Freire, Lisete, professora da USP, foi secretária-adjunta de Mário Sérgio Cortella, que Marta queria no cargo.

Apoio de peso
Além de ter o aval de Cortella, Lisete conta com o apoio de nomes como Marilena Chaui.

Histórico escolar
Discutindo a fusão com o PDT, a bancada do PTB aprovou um manifesto conjunto no qual se coloca como "oposição aos partidos conservadores que governam o país". A base aliada nem ligou. Diz que o PTB volta ao normal ao primeiro afago.

Mala na mão
O PT espera contar com cerca de 200 pessoas na excursão "Vá a Cuba com Lula". A demanda por passagem está aquecida. Presenças confirmadas: a ex-jogadora de basquete Paula e o ex-jogador de futebol Sócrates.

TIROTEIO

De Pauderney Avelino (PFL-AM), sobre o acordo PSDB-PMDB para a eleição do presidente da Câmara, anunciado após o lançamento da candidatura de Inocêncio Oliveira (PFL-PE) ao mesmo cargo:
- Todo mundo sabe que FHC não recolhe feridos. Os companheiros vão caindo e ele vai deixando. É só lembrar de Bresser, Clóvis Carvalho...

CONTRAPONTO

Ao vencedor, as batatas!
O prefeito de Santa Cruz do Rio Pardo, pequena cidade no interior de São Paulo, é tido no meio político como uma figura folclórica. Chama-se Clóvis Guimarães T. Coelho, mas é mais conhecido por dr. Clóvis.
Torcedor fanático do Corinthians, o prefeito, do PMDB, já confundiu sua paixão com a administração da cidade. Decretou certa vez ponto facultativo do funcionalismo quando seu time venceu um campeonato.
Na última eleição municipal, dr. Clóvis não concorreu à reeleição. O pleito foi vencido por Adilson Mira, do PSDB. Às vésperas da votação, o atual prefeito não parava de maldizer a Lei de Responsabilidade Fiscal, acusando-a de paralisar os investimentos da prefeitura. Quando lhe indagaram quem venceria a eleição, dr. Clóvis não hesitou:
- Não sei quem vai ganhar, mas quem vai perder. Será o prefeito eleito!!!


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