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PT apoiará propostas do governo para viabilizar reajuste do mínimo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O líder do PT, deputado Aloízio
Mercadante (PT-SP), disse ontem
ao presidente Fernando Henrique
Cardoso que a oposição vai apoiar
quatro das cinco propostas de
fontes de financiamento para viabilizar o aumento do salário mínimo para R$ 180. As propostas serão apresentadas ao Congresso na
próxima semana. Mercadante
afirmou que a maior dificuldade
do governo é conseguir o apoio da
própria base aliada.
A intenção do líder do PT ao se
encontrar ontem com FHC foi
"trucar" o presidente, isto é, dizer
que a oposição vai dar "apoio integral" para sua proposta e mostrar que a maior dificuldade para
a aprovação das cinco fontes é a
rejeição da base governista.
Uma das propostas apresentadas por FHC ao líder do PT e aos
representantes da CUT (Central
Única dos Trabalhadores) é a utilização da reserva de contingência
de R$ 1,6 bilhão, que implicaria no
corte das emendas do parlamentares. "A resistência está na base
do governo que aumentou a
emenda dos parlamentares para
R$ 2 milhões. O PT votou contra."
As outras três propostas do governo aceitas pela oposição são o
corte linear de 1% no custeio da
máquina pública, o combate à elisão fiscal e a quebra do sigilo bancário para fins de reforma tributária. A única exceção é a contribuição dos inativos, que já foi considerada inconstitucional pelo STF.
Mercadante disse ainda que hoje o PT vai apresentar um projeto
criando a contribuição solidária,
que consiste na desconto de 1%
no salário daqueles que ganham
acima de R$ 10 mil.
Segundo ele, FHC lhe disse que
o governo apóia essa proposta,
mas não tem condições de apresentá-la por não ter apoio da base
no Congresso. "Está na hora de
ter coragem de enfrentar os privilégios. O governo diz que não tem
condições de apresentar essa proposta, mas o PT vai apresentá-la.
Espero que o presidente mantenha o seu compromisso e o governo dê sustentação à iniciativa."
O porta-voz da Presidência,
Georges Lamazière, participou da
reunião e disse que "não ouviu informação nesse sentido".
(DANIELA NAHASS)
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