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CONTAS DA REELEIÇÃO
Encontro foi em maio de 99 e tratou da dívida de R$ 3 mi deixada pela campanha de FHC, em 1998
EJ confirma ter participado de reunião
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira confirmou ter participado
de uma reunião, em maio de 1999,
para tratar da dívida de R$ 3 milhões deixada pela campanha de
reeleição do presidente Fernando
Henrique Cardoso, em 1998.
A presença de EJ no encontro
foi revelada pelo empresário Josué Gomes em depoimento ao
Ministério Público anteontem.
Gomes é superintendente da
Coteminas, empresa que forneceu 2,1 milhões de camisetas à
campanha de FHC e recebeu apenas parte do pagamento devido.
O encontro foi realizado no gabinete do senador José Alencar
(PMDB-MG), pai de Gomes e
controlador da Coteminas.
"Não entendi o que ele estava
fazendo lá. Eu pedi uma reunião
com o presidente do PSDB, o senador Teotônio Vilela (AL), e ele
(EJ) veio", afirmou Gomes.
"O PSDB estava assumindo a
dívida da campanha e eu fui à reunião pronto para explicar qualquer dúvida que o senador José
Alencar tivesse", disse EJ.
O ex-secretário-geral disse que
"desmobilizou o comitê logo depois da eleição", mas que eventualmente prestou esclarecimentos sobre fatos da campanha, como o que aconteceu com a dívida
da Coteminas.
Além de vender 2,1 milhões de
camisetas para o comitê de FHC, a
Coteminas doou outras 415 mil
unidades à campanha. A contribuição equivale a R$ 589 mil e não
consta no TSE (Tribunal Superior
Eleitoral). A inexistência desse registro faz parte das investigações
do Ministério Público sobre contribuições para a campanha de
FHC que não foram registradas
no TSE, conforme a Folha divulgou no dia 12 de novembro.
O empresário Clésio Andrade,
presidente da CNT (Confederação Nacional dos Transportes),
entrou em contato com a Folha
ontem para esclarecer a participação da entidade na campanha de
FHC em 1994 e 1998.
Reportagem publicada no último domingo mostra que a CNT
contribuiu com R$ 300 mil em
1994, de acordo com uma planilha
utilizada pelos arrecadadores.
"Eu fui procurado pelo Sérgio
Motta em 1994. Expliquei a ele
que a CNT não poderia contribuir
porque é uma entidade de classe",
afirmou Andrade. "Entreguei (a
Motta) uma lista com empresas
para ele procurar diretamente."
Sérgio Motta, ministro das Comunicações de FHC, morto em
1998, coordenou a campanha presidencial tucana em 1994.
Andrade disse ainda que em
1998 foi contatado pelo ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira,
presidente do comitê financeiro
de FHC e autor de planilhas de arrecadação em 1994 e 1998, conforme registros eletrônicos.
"Dei a Bresser a mesma explicação: que a lei proíbe as entidades
de classe de fazer doações. E também passei para ele nomes de empresas, dos quais não me lembro
mais. Mas nem em 1994 nem em
1998 nós discutimos valores", declarou, ao negar que a CNT tivesse
doado R$ 300 mil à campanha
que levou FHC ao seu primeiro
mandato como presidente.
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