|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
QUESTÃO AGRÁRIA
Funcionário do Ministério da Justiça não irá interferir na apuração da morte de coordenador dos sem-terra
Ouvidor acompanhará investigação no PR
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM QUERÊNCIA DO NORTE
O governo federal enviou ontem o ouvidor agrário José Gersino Filho para acompanhar as investigações sobre a morte do sem-terra Sebastião de Maia, 38, o
Tiãozinho, um dos coordenadores regionais do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) no Paraná.
Tiãozinho foi morto anteontem
após comandar invasão na fazenda Água da Prata, em Querência
do Norte (noroeste do Estado).
Gersino Filho disse que irá ficar
na região até a próxima sexta. Segundo ele, sua expectativa é que
os "executores e, no caso, o mandante ou mandantes, sejam conhecidos até lá".
O ouvidor agrário é vinculado
ao Ministério da Justiça, mas afirmou que sua presença ocorreu
depois de um pedido do ministro
do Desenvolvimento Agrário,
Raul Jungmann. Ele esteve reunido ontem com o delegado de Paranavaí, Luiz Norberto Canhoto,
que assumiu as investigações.
Gersino Filho está na região
com uma equipe de quatro agentes federais, que não irão interferir
nas investigações.
O delegado Canhoto disse que
não irá arbitrar fiança para os cinco seguranças. Eles teriam sido
contratados pelo proprietário da
fazenda Água da Prata, Wilson
Ferreira, segundo a polícia.
Os cinco presos são José João da
Silva, 54, Rafael Alves de Oliveira,
56, Valdir de Almeida, 40, Nilton
Nunes de Carvalho, 56 e Donizete
Aparecido da Silva, 32.
O advogado Murilo Zanetti Leal
disse que Ferreira viajou "para escapar das pressões dos sem-terra". Ele falou que tinha apenas o
proprietário como cliente e disse
não saber qual empresa de segurança havia sido contratada.
Aproximadamente 300 pessoas
acompanharam ontem o enterro
de Sebastião de Maia. Em clima
de muita revolta, os sem-terra criticavam o governo por não desarmar os fazendeiros da região.
Texto Anterior: Alckmin diz que governo está a "cem por hora" Próximo Texto: Fazendeiros são suspeitos de crime no PA Índice
|