DA REPORTAGEM LOCAL

As gravações telefônicas feitas pela Operação Anaconda demonstram que o agente da PF César Herman Rodriguez estava empenhado na conclusão do prédio de 15 andares na avenida Angélica, em São Paulo.
Ele esperava retirar do empreendimento, quando concluído, "300 paus" de renda com o aluguel de salas comerciais -presumivelmente, R$ 300 mil.
Nas conversas, Rodriguez se comportava como um dos donos do negócio. Num diálogo captado às 17h51 do último dia 31 de março, Rodriguez conversou com um homem identificado pela PF como filho do empresário Cícero Viana Filho, sócio do agente no empreendimento.
De acordo com o relatório da Coordenação de Inteligência da PF, Rodriguez fala sobre o prédio "que está construindo".
O agente diz que pretende trazer outros sócios para a empreitada. O objetivo dele era explorar o prédio como um centro comercial. Planejava concluir a obra sem "precisar vender nada", referindo-se supostamente aos seus apartamentos.
Cinco meses antes dessa conversa, em 16 de outubro, os grampos da polícia mostram Rodriguez em busca de dinheiro para continuar a construção. Ele conversa com um amigo de Viana Filho, chamado Sérgio, sobre a possibilidade de vender um de seus apartamentos por R$ 450 mil. Especula, também, sobre a hipótese de trocar o imóvel por material de construção.
A PF encontrou papéis que confirmam que Rodriguez investia na obra. Estavam na sala que o agente usava no escritório do advogado Affonso Passarelli Filho, na avenida Faria Lima, no Itaim (zona sul de São Paulo).
Havia um "demonstrativo de despesas" e um de pagamentos. Outro documento que estaria ligado à compra do prédio é um "compromisso particular de quitação da 40ª parcela", datado de 17 de julho de 2003. Com o valor de R$ 117.516,00, ela vence em 16 de abril de 2005. Se as prestações anteriores tivessem o mesmo valor, o negócio seria de R$ 4.700.640.


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