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CONEXÃO RIBEIRÃO
Polícia apura ameaça a testemunhas
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Polícia Civil de Ribeirão Preto
iniciou ontem investigação para
identificar e prender pessoas que
estariam ameaçando os funcionários do Daerp (Departamento de
Água e Esgotos de Ribeirão Preto)
que testemunharam sobre suposto esquema de corrupção na segunda gestão de Antonio Palocci
na prefeitura.
O delegado Benedito Antonio
Valencise diz que pelo menos um
dos funcionários alegou receber
telefonemas anônimos em tom
ameaçador há um mês. "Se tivermos um caso concreto de coação,
não teremos a menor dúvida em
prender, mas ainda não desconfiamos de ninguém", disse. O delegado não descarta a possibilidade de colocar escolta policial para
os funcionários.
O superintendente do Daerp,
Darvin José Alves, reclamou ontem, na delegacia, da divulgação,
pela imprensa, dos nomes de três
testemunhas. Alves ficou irritado
porque, segundo ele, o vazamento
deixou desnecessariamente expostos os funcionários que já estavam assustados e sob pressão.
Três testemunhas prestaram
depoimento à polícia e ao Ministério Público. Todas apontaram a
ex-superintendente Isabel Bordini como responsável pela determinação de fraudes em nome da
Leão Leão. A suspeita é que eram
desviados do órgão, por mês, R$
400 mil.
A empreiteira foi acusada pelo
ex-vice-presidente Rogério Buratti de pagar propina mensal de
R$ 50 mil para Palocci e Gilberto
Maggioni (vice-prefeito que assumiu o cargo após a saída de Palocci). A suspeita é que a propina
chegaria a R$ 300 mil.
Ontem, Valencise e o promotor
Aroldo Costa Filho aguardavam
outro ex-funcionário do Daerp
(que não teve o nome divulgado)
para prestar depoimento no inquérito, mas ele não compareceu.
A polícia nega ligação entre a ausência e as ameaças.
Outros quatro integrantes da
cúpula petista devem ser indiciados em Ribeirão: Donizeti Rosa
(ex-secretário de Governo), Juscelino Dourado (ex-secretário da
Casa Civil), Maggioni e Nelson
Colela (ex-secretário de Governo). Bordini e Colela negam qualquer irregularidade. Donizeti disse que não comentará as acusações porque não teve acesso ao inquérito. Dourado e Maggioni não
foram encontrados.
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