São Paulo, quarta-feira, 23 de novembro de 2005

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CONEXÃO RIBEIRÃO

Polícia apura ameaça a testemunhas

ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Polícia Civil de Ribeirão Preto iniciou ontem investigação para identificar e prender pessoas que estariam ameaçando os funcionários do Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto) que testemunharam sobre suposto esquema de corrupção na segunda gestão de Antonio Palocci na prefeitura.
O delegado Benedito Antonio Valencise diz que pelo menos um dos funcionários alegou receber telefonemas anônimos em tom ameaçador há um mês. "Se tivermos um caso concreto de coação, não teremos a menor dúvida em prender, mas ainda não desconfiamos de ninguém", disse. O delegado não descarta a possibilidade de colocar escolta policial para os funcionários.
O superintendente do Daerp, Darvin José Alves, reclamou ontem, na delegacia, da divulgação, pela imprensa, dos nomes de três testemunhas. Alves ficou irritado porque, segundo ele, o vazamento deixou desnecessariamente expostos os funcionários que já estavam assustados e sob pressão.
Três testemunhas prestaram depoimento à polícia e ao Ministério Público. Todas apontaram a ex-superintendente Isabel Bordini como responsável pela determinação de fraudes em nome da Leão Leão. A suspeita é que eram desviados do órgão, por mês, R$ 400 mil.
A empreiteira foi acusada pelo ex-vice-presidente Rogério Buratti de pagar propina mensal de R$ 50 mil para Palocci e Gilberto Maggioni (vice-prefeito que assumiu o cargo após a saída de Palocci). A suspeita é que a propina chegaria a R$ 300 mil.
Ontem, Valencise e o promotor Aroldo Costa Filho aguardavam outro ex-funcionário do Daerp (que não teve o nome divulgado) para prestar depoimento no inquérito, mas ele não compareceu. A polícia nega ligação entre a ausência e as ameaças.
Outros quatro integrantes da cúpula petista devem ser indiciados em Ribeirão: Donizeti Rosa (ex-secretário de Governo), Juscelino Dourado (ex-secretário da Casa Civil), Maggioni e Nelson Colela (ex-secretário de Governo). Bordini e Colela negam qualquer irregularidade. Donizeti disse que não comentará as acusações porque não teve acesso ao inquérito. Dourado e Maggioni não foram encontrados.


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