São Paulo, segunda-feira, 23 de novembro de 2009

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Oposição disputa 2010 com menos controle da máquina estadual

Adversários de Lula comandavam 16 Estados na eleição de 2006, quando o presidente se reelegeu, e agora estão no poder só em 8

Presidente do DEM diz que partido vai recuperar espaço, e PSDB afirma que nomes de candidatos terão mais peso que os dos governadores

RODRIGO VIZEU
DA AGÊNCIA FOLHA

A oposição vai disputar a sucessão de Lula com controle de muito menos Estados do que tinha na última eleição presidencial. Em 2010, PSDB, DEM e alas oposicionistas de outros partidos estarão no poder em apenas 8 Estados, contra 19 sob comando da base governista.
Em 2006, o presidente Lula se reelegeu em cenário mais adverso: seus aliados detinham as máquinas de apenas 8 Estados, contra 16 governados por oposicionistas. "Mesmo onde a oposição governa, o instinto político dos governadores e prefeitos é de não bater de frente [com Lula]", diz o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP).
Em 2006, a oposição perdeu Estados importantes. O então PFL foi derrotado em Pernambuco e na Bahia. O PSDB foi derrotado no Ceará e no Pará.
O estrago foi maior no Nordeste: de uma hegemonia de sete Estados, a oposição tem atualmente apenas Alagoas.
As cassações impostas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) desequilibraram ainda mais a balança. A Paraíba passou de Cássio Cunha Lima (PSDB) para José Maranhão (PMDB). Roseana Sarney (PMDB) é promessa de palanque no Maranhão para a provável candidata governista à Presidência, Dilma Rousseff (PT). Jackson Lago (PDT), cassado, foi neutro em 2006.
Os governadores do PMDB estavam mais divididos em 2006, e hoje há maior apoio a Lula. Antes neutro, Paulo Hartung (ES) é simpático ao Planalto. Terceiro maior colégio eleitoral do país, o Rio continua peemedebista, mas trocou a apoiadora de Geraldo Alckmin (PSDB) Rosinha Garotinho pelo lulista Sérgio Cabral.
Em Goiás, o mesmo Alcides Rodrigues (PP) que fez campanha para Alckmin comanda um potencial palanque para Dilma.
O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), afirma que a atual predominância sobre as máquinas estaduais é uma das variáveis a favor do governo, mas prevê que o DEM vai recuperar poder com candidaturas fortes que calcula ter.
No PSDB, a aposta é que os nomes regionais com chances de ganhar vão ter mais peso na disputa presidencial do que o ocupante do governo. "O melhor método é olhar para a frente, ver como estão indicando as pesquisas", diz o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE).


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