São Paulo, segunda-feira, 23 de dezembro de 2002

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Pressão das bases
Onze candidatos derrotados do PT a governador pressionam por cargos no governo Lula. Alegam que os outros dez derrotados foram nomeados, três deles para ministérios: Humberto Costa (PE), Tarso Genro (RS) e Jaques Wagner (BA).

Fila de espera
Entre os petistas derrotados ainda sem cargos na gestão Lula estão Avenzoar Arruda (PB), Maria do Carmo (PA), Dalva Figueiredo (AP) e José Aírton (CE). Aírton reclama que o adversário Ciro Gomes foi contemplado com um ministério.

Ajuda prévia
Futuro ministro da Saúde, Humberto Costa (PT-PE) recebeu R$ 100 mil do comitê de Lula para a sua campanha, derrotada, ao governo de PE. Jaques Wagner (PT-BA), que irá para o Trabalho e perdeu a eleição ao governo da BA, recebeu R$ 187 mil do caixa nacional.

Apoio mantido
O deputado João Caldas (AL), em rota de colisão com a cúpula do PL, pode ser expulso. Tem proposta de se filiar ao PTB, ficando na base de apoio de Lula.

Rotas distintas
Parlamentares do PPB que apóiam Lula defendem a fusão do partido com o PTB, já na base do governo. Os que se opõem ao petista querem unir-se ao PSDB.

Afinidade eletiva
Na campanha ao Senado, o petista Cristovam Buarque, futuro ministro da Educação, recebeu R$ 30 mil da Sociedade Educacional Positivo, rede privada.

Pequenos ajustes
O PL irá incorporar os partidos nanicos PSL e PST. Com isso, terá mais quatro deputados. Os liberais negociam a absorção de outras cinco microlegendas.

Agenda dupla
O primeiro-ministro e o ministro das Finanças da Suíça chegam no dia 29 a Brasília. Reúnem-se com FHC no penúltimo dia de seu mandato e encontram com Lula após a posse.

Cacique conformado
Brizola engoliu o nome de Miro Teixeira para as Comunicações, depois de dizer que o PDT não tinha interesse na pasta. Percebeu que o parlamentar teria apoio da bancada e que seria derrotado se tentasse impedi-lo.

Últimos acertos
O Ministério do Trabalho negocia convênio de R$ 2,5 milhões com a Fundação Banco do Brasil para cursos profissionalizantes em 25 municípios do Rio de Janeiro, base eleitoral do ex-ministro Francisco Dornelles.

Em vão
A equipe de transição tentou bloquear o convênio do Trabalho com o Banco do Brasil, a duas semanas da mudança de governo. Dirigentes do ministério procuraram o comando do banco e confirmaram o acordo.

Terceira via
Tucanos que se reuniram com FHC nas últimas semanas deixaram Brasília com a certeza de que o presidente não descarta tentar voltar ao cargo em 2006.

Força maior
Olívio Dutra (PT-RS), futuro ministro das Cidades, não comparecerá à posse de Lula. Estará transmitindo a faixa de governador do Rio Grande do Sul para Germano Rigotto (PMDB).

"Painho" insatisfeito
O governador eleito Paulo Souto (PFL-BA) nomeou o governador Otto Alencar (PL) para secretário de Indústria e Comércio, a fim de deixá-lo em evidência como candidato a prefeito de Salvador em 2004. Desagradou ACM, que quer José Carlos Aleluia (PFL) candidato.

Reforço federal
O governador eleito Paulo Hartung (PSB-ES) "importou" o delegado da Polícia Federal de Brasília Rodney Miranda para a Secretaria da Segurança Pública, por falta de nomes que considere confiáveis no Estado. Miranda coordena o Grupo de Repressão ao Crime Organizado.

TIROTEIO

De Lawrence Pih, presidente do Moinho Pacífico, sobre o PT e o PMDB não fecharem acordo para a participação dos peemedebistas no governo Lula:
- A cúpula do PMDB foi, é e continuará fisiológica. Lula não tem por que se preocupar.

CONTRAPONTO

Posição social

Há duas semanas, o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior e o vice-prefeito de São Paulo, Hélio Bicudo (PT), encontraram-se durante a eleição da nova diretoria do Club Athletico Paulistano, tradicional clube paulista localizado na região dos Jardins e fundado em 1900, do qual são sócios.
Depois de se cumprimentarem, Bicudo comentou com Reale, em tom de brincadeira:
- Aqui, eu sou situação.
Ambos apoiavam a chapa do empresário Mário Amato, ex-presidente da Fiesp e presidente eleito do Paulistano.
Corrigindo Bicudo, o ex-ministro respondeu:
- Mas isso não é novidade. Você já está se acostumando a essa posição. É situação na Prefeitura de São Paulo e agora vai ser no Brasil com a vitória do Lula.
- É mesmo!- lembrou-se Bicudo, dando risada.


Próximo Texto: Entrevista da 2ª: PT pode fazer bloco com PMDB, afirma João Paulo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.