|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÃO
Partido, que havia arrecadado R$ 12 mi em 98, recebeu R$ 92,8 mi neste ano; com R$ 147,8 milhões, PSDB é o líder
Doação para campanha do PT cresce 673%
LUCIO VAZ
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As doações para as campanhas
mais que dobraram nas últimas
eleições, numa comparação com
1998, e colocaram o PT entre os
grandes partidos também na parte financeira. As arrecadações do
partido pularam de R$ 12 milhões
naquele ano para R$ 92,8 milhões,
um crescimento de 673%.
O total das doações para presidente da República, governadores, senadores e deputados federais aumentou de R$ 276 milhões
para R$ 580 milhões, um aumento de 110%. O PSDB manteve a liderança nas arrecadações, passando de R$ 105,8 milhões para
R$ 147,8 milhões (40% a mais).
O PT superou partidos tradicionais em receita farta como o PFL,
que recebeu R$ 77,8 milhões (45%
a mais), e o PMDB, que arrecadou
R$ 73,6 milhões (61% a mais). O
PPS também cresceu, pulando de
R$ 2 milhões em 1998 para R$ 48
milhões neste ano.
Esses dados foram obtidos das
prestações de contas registradas
na Justiça Eleitoral. Os aumentos
desconsideram a inflação de 76%
(IGP-M de novembro de 1998 a
novembro deste ano).
Neste ano, as 20 maiores campanhas para deputado federal totalizaram R$ 20,3 milhões, sendo
que cinco delas superaram R$ 1
milhão. Há quatro anos, essa soma era de R$ 13,6 milhões, e apenas um candidato ultrapassou essa marca. As cem maiores campanhas deste ano para a Câmara somaram R$ 62 milhões -um terço
do total: R$ 186,2 milhões.
As dez maiores receitas da disputa ao Senado somaram R$ 20,9
milhões e variaram de R$ 1,79 milhão, de Heráclito Fortes (PFL-PI), a R$ 2,46 milhões, de Hélio
Costa (PMDB-MG). O total arrecadado entre os candidatos ao Senado foi R$ 70,1 milhões.
Campeões
O campeão de arrecadação na
disputa pela Câmara foi o secretário-geral do PSDB, deputado
Márcio Fortes (RJ), com R$ 2,4
milhões, o que não garantiu a sua
reeleição. O campeão de 1998, Ronaldo Cezar Coelho (PSDB-RJ),
que fez campanha com R$ 1,8 milhão, neste ano ficou em segundo
lugar, com R$ 1,7 milhão.
O terceiro colocado é o industrial João Lyra (PTB-AL), com várias campanhas milionárias. A dele, integralmente autofinanciada,
custou R$ 1,21 milhão.
Ainda em Alagoas, destacam-se
João Caldas (PL), reeleito com
gasto de R$ 981,5 mil, e Arnon Affonso Mello, filho do ex-presidente Fernando Collor, derrotado
apesar dos R$ 471,5 mil.
Já na Bahia, Fábio Souto (PFL),
filho do governador eleito, Paulo
Souto, garantiu a eleição com um
pouco mais: R$ 499 mil. Outro
"herdeiro" político no Nordeste é
Leonardo Alcântara (PSDB-CE),
filho do governador eleito Lúcio
Alcântara. Ele também se elegeu
com uma campanha bem abastecida, que totalizou R$ 389,2 mil.
Entre os 20 maiores arrecadadores da disputa para deputado,
estão figuras conhecidas como o
ex-presidente da Câmara Michel
Temer (PMDB-SP), com R$ 785,5
mil, e o futuro presidente do Banco Central, Henrique Meirelles,
eleito pelo PSDB de Goiás com
R$ 917 mil, mas também novatos,
como o empresário Tatico (PSD-DF), que obteve R$ 802,4 mil.
Na relação entre arrecadação e
votos, o PSDB figura como recordista. Cada mandato tucano na
Câmara "custou" R$ 540 mil na
média. O "preço" médio do mandato dos petistas foi R$ 205 mil.
Cada um dos seis mandatos da
bancada do Prona, eleita com
1.573.642 votos de Enéas Carneiro
(SP), custou R$ 27,7 mil.
Efeito Lula
A liderança de Luiz Inácio Lula
da Silva nas pesquisas de intenção
de voto para presidente da República permitiu aos candidatos petistas usufruir de campanhas mais
caras que as anteriores. A arrecadação dos candidatos do PT ao
Congresso subiu de R$ 6,1 milhões, em 1998, para R$ 25,3 milhões neste ano.
O deputado José Dirceu (SP),
que presidiu o partido nos últimos sete anos, é um exemplo. Fez
campanha de R$ 600,3 mil, contra
o gasto de R$ 250,5 mil em 98.
Dirceu informou, por sua assessoria, que precisou gastar mais
neste ano para compensar a ausência em muitos eventos em razão da necessidade de coordenar
a campanha de Lula.
O candidato do partido à presidência da Câmara, João Paulo Cunha (SP), fez uma campanha modesta em 98, com R$ 80,1 mil, e
agora gastou R$ 270,7 mil.
Outro exemplo de campanha
petista bem-sucedida financeiramente é a de Sigmaringa Seixas
(DF), eleito deputado com R$
521,6 mil. Amigo de Lula, contou
com a recomendação expressa
dele na sua campanha na TV.
O próprio presidente eleito, habituado aos orçamentos restritos
das três disputas anteriores, teve
relativa fartura desta vez, contabilizando R$ 33 milhões. Em 98, foram R$ 3,9 milhões.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Empresário gasta R$ 800 mil, mas não obtém vaga Índice
|