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Empresário gasta
R$ 800 mil, mas
não obtém vaga
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O dinheiro farto não foi garantia de eleição para todos. O
ex-deputado e empresário da
construção civil Ezio Ferreira
(PFL-AM), 16º colocado na lista dos campeões de arrecadação, perdeu os R$ 800 mil que
tirou do próprio bolso: não
conseguiu regressar à Câmara.
Ele não recebeu nenhuma
doação de terceiros e fez a campanha proporcionalmente
mais cara, liderando o ranking
do voto mais "caro". Cada um
dos 7.862 votos recebidos custou R$ 101,76. Procurado pela
Folha, Ferreira disse que gastou outros R$ 100 mil com a
campanha da mulher, Maria
das Graças Cerqueira Ferreira,
que também não se elegeu para
a Assembléia Legislativa.
O deputado e empresário da
construção civil Márcio Fortes
(PSDB-RJ), o campeão de arrecadação, também pagou caro
por voto obtido: R$ 49,51. Ele
foi acusado pela cúpula do PFL
de ter sido um dos responsáveis pelas investigações contra
a governadora do Maranhão,
Roseana Sarney (PFL), que a levaram a desistir da candidatura
à Presidência da República.
No Espírito Santo, o deputado José Carlos Fonseca (PFL)
teve uma das campanhas mais
caras do país (R$ 805 mil). Ele
obteve a segunda maior votação no Estado (92.727), mas
não garantiu sua reeleição porque seu partido não conseguiu
alcançar o quociente eleitoral.
Adversário do presidente da
Assembléia Legislativa, José
Carlos Gratz (PFL), Fonseca teve sua candidatura esvaziada
com a retirada dos demais candidatos da legenda à Câmara.
Gratz, que controla a Assembléia, optou por fazer uma bancada estadual forte.
Três dos dez candidatos ao
Senado com campanhas mais
ricas não conseguiram se eleger. Orestes Quércia mudou o
rumo nesta eleição e se aliou ao
presidente eleito, Luiz Inácio
Lula da Silva, adversário no
passado. A nova estratégia fracassou e o ex-governador
amargou a derrota depois de
angariar R$ 2,1 milhões.
Os outros dois exemplos são
de Paulo Bornhausen (PFL-SC), filho do presidente nacional do PFL, com R$ 1,9 milhão
de receitas, e o presidente nacional do PSDB, José Aníbal
(SP), com R$ 1,8 milhão.
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