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Aumento salarial é desfaçatez, diz d. Geraldo
Presidente da CNBB conclama fiéis a irem às ruas protestar contra pretensão de reajuste para congressistas
MANUELA MARTINEZ
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM SALVADOR
O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil), d. Geraldo Majella
Agnelo, disse ontem que a proposta de reajuste salarial de
91% para os parlamentares é
uma "desfaçatez". Conclamou
ainda os fiéis para irem às ruas
protestar contra a medida.
"Os padres devem fazer pregações nas missas [contra o aumento] e a população precisa ir
à rua, pacificamente. Com muita pressão, os parlamentares
vão recuar porque esse aumento é absurdo." O cardeal arcebispo de Salvador disse que os
atuais parlamentares formam a
pior legislatura da história.
"Esses deputados não merecem [reajuste]. Esse é um dos
piores ou o pior Congresso da
história do Brasil. Nunca se viu
tanta denúncia de corrupção,
tanta vergonha em um ano só."
D. Geraldo aproveitou a
mensagem de Natal da CNBB
para comparar o comportamento dos políticos em relação
ao salário mínimo -R$ 380 a
partir de abril de 2007. "Para
dar R$ 1 de aumento no salário
mínimo, os deputados fazem
muitas contas. Quando o reajuste é em benefício próprio,
tudo é permitido."
Segundo d. Geraldo, assim
como o Legislativo, o Judiciário
precisa de uma "correção salarial" para baixo. "Todos precisam ter seus salários reduzidos
porque temos de diminuir o
fosso entre os poucos que ganham muito e os muitos que
não ganham quase nada."
Na entrevista concedida ontem em Salvador, d. Geraldo
cobrou uma "profunda renovação" na política brasileira. Ele
também criticou o processo de
concessão de aposentadoria a
políticos eleitos. "Um trabalhador comum precisa de 30, 35
anos para se aposentar. Um político consegue a aposentadoria
apenas com um mandato."
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