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Brasil e França farão 5 submarinos e 50 helicópteros, diz Jobim
Acordo militar, que será assinado hoje, prevê transferência de tecnologia; orçamento dos submarinos não foi fechado -o dos helicópteros é de 1,899 bi de euros
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Defesa, Nelson
Jobim, detalhou ontem o acordo militar com a França, que
será fechado entre os dois países hoje, segundo o qual serão
construídos cinco submarinos
no país -quatro convencionais
e um a propulsão nuclear- e 50
helicópteros. Nos dois casos,
haverá transferência de tecnologia (veja quadro abaixo).
Segundo Jobim, o acordo dos
helicópteros já está orçado em
1,899 bilhão (cerca de R$
6,335 bilhões). O preço varia de
acordo com o equipamento militar adicionado. Todos, do modelo 725 da Eurocopter, serão
montados no país pela Helibras
e com participação de fornecedores brasileiros. As primeiras
unidades serão entregues no
segundo semestre de 2010.
A transferência de tecnologia
foi um ponto-chave para fechar
o acordo. Segundo um especialista da área na Marinha, embora o EC 725 seja considerado
um ótimo helicóptero, há aeronaves americanas superiores
-mas os EUA não transferem
know-how. As Forças Armadas
já têm versão anterior da Eurocopter, comprada no fim da década de 1980.
"O que é fundamental é que
parte substancial da eletrônica
será feita no Brasil. Esse é um
assunto encerrado, acordado e
será assinado o contrato, que
começará a vigorar após o financiamento, que foi proposto
pelos franceses", disse Jobim.
No caso dos submarinos, toda a parte política já foi fechada, segundo Jobim. Falta só definir os valores. A França concederá o financiamento e instalará um estaleiro em Itaguaí
(Baixada Fluminense), onde
serão feitas as embarcações.
Toda a estrutura dos submarinos ficará a cargo da francesa
DCNS, construtora especializada nesse tipo de obra. Já a
propulsão nuclear caberá à Marinha brasileira, que já possui a
tecnologia. O submarino de
propulsão nuclear tem previsão de estar pronto em 2024.
Para Jobim, a decisão de firmar o acordo com a França se
baseou sobretudo na possibilidade de absorver tecnologia, o
que não estava previsto nas tratativas com outros países.
"Uma coisa era o Brasil comprar um submarino pronto.
Outra coisa é nós construirmos. Isso cria uma tecnologia
imensa e tem geração de emprego em torno disso. Basta ver
a questão dos helicópteros, que
vai determinar uma expansão
enorme da Helibras, que terá
aumento de 100 para 500 empregos e mais 5.000 indiretos."
Ele ressaltou que o estaleiro
será operado por uma empresa
a ser criada entre a Marinha
brasileira e empreendedores
privados, mas pertencerá ao
Brasil após 20 anos de uso.
Jobim disse ainda que estão
em estudo mais três acordos
com a França na área militar:
um para desenvolvimento do
novo modelo de combate e treinamento de tropas do país, outro para a construção de caças e
um terceiro para o monitoramento de todo território terrestre e marítimo brasileiro.
(PEDRO SOARES E RAPHAEL GOMIDE)
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