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Garibaldi quer agora discutir mais PEC dos Vereadores
Após acionar STF, presidente do Senado diz que opinião pública tem de ser ouvida
Peemedebista admite que proposta de novas vagas nas Câmaras, barrada por deputados, pode vigorar
só nas próximas eleições
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de acionar a Justiça
para garantir a criação de 7.343
vagas de vereadores em todo o
país, o presidente do Senado,
Garibaldi Alves (PMDB-RN),
ensaiou ontem um recuo ao defender uma análise mais aprofundada do tema pelo Congresso Nacional diante da reação
negativa da opinião pública e
admitir a hipótese de a medida
vigorar somente nas próximas
eleições municipais.
"Eu apresentei o mandado de
segurança [no STF] porque foi
violada uma prerrogativa do
Senado, mas entendo que a reação da opinião pública nos leva
a refletir sobre o que realmente
foi decidido. A opinião pública
tem que ser ouvida, de tal modo
que a PEC poderá entrar em vigor só na próxima eleição", afirmou o presidente do Senado.
A PEC (proposta de emenda
constitucional) dos Vereadores
foi aprovada pelo plenário do
Senado, na última semana, numa sessão que entrou pela madrugada. Para que pudesse ser
promulgada ainda neste ano, a
tempo de os novos vereadores
tomarem posse já em 2009, foram pulados prazos regimentais. Mas a Mesa da Câmara se
recusou a promulgar a emenda
sob a alegação de que o texto foi
alterado e necessitava de nova
análise dos deputados.
A emenda aprovada pelo Senado excluiu artigo que veio da
Câmara e reduzia as despesas
com as Câmaras. O Senado
manteve a ampliação no número de vagas e deixou em aberto
a possibilidade de elevar os custos sob a alegação de que isso
seria tratado numa PEC paralela. O texto aprovado prevê que
as novas regras valem para a
eleição de 2008, mas os senadores admitem que quanto
mais tempo passar, maiores serão as dificuldades de retroagir.
Guerra jurídica
O impasse gerou uma guerra
jurídica entre Câmara e Senado, que ingressou no STF (Supremo Tribunal Federal).
A Folha apurou que o Supremo só decidirá sobre o assunto
depois do recesso, em fevereiro, ou seja, depois da posse dos
vereadores eleitos em 2008,
em 1º de janeiro de 2009.
O presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, já disse
a interlocutores que não pretende analisar o tema no recesso e que no retorno dos trabalhos quem vai assumir o caso
será o ministro Carlos Alberto
Direito, escolhido por sorteio, e
não Celso de Mello, que foi relator provisoriamente até a
volta do colega.
Até as 19h de ontem, a Câmara não havia recebido o pedido
de explicações do Supremo. Segundo a área técnica da Casa, a
resposta ao tribunal só deve ser
enviada em janeiro.
Ao presidir a última sessão
do ano, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP),
voltou a atacar o Senado. "A
atitude de recorrer ao Supremo
foi completamente desproporcional. O Senado vai ter que dar
à história a resposta do porque
foi contra a redução das despesas com as Câmaras municipais".
(ANDREZA MATAIS, RANIER BRAGON e FELIPE SELIGMAN).
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