São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

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Por aclamação, Fruet recebe apoio oficial da bancada do PSDB

Reunião foi marcada após crise interna deflagrada por apoio dado por Jutahy, então líder da bancada, a Chinaglia (PT)

Segundo Jutahy, Fruet foi o responsável por estabelecer a unidade da bancada; novo líder do partido na Câmara é Antonio Pannunzio (SP)


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A bancada do PSDB decidiu ontem, por aclamação, apoiar a candidatura do deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) à presidência da Câmara. Fruet afirmou que, se vencer a eleição, trabalhará por uma "pauta positiva", que começaria pela aprovação das reformas política e tributária e pelo fim do voto secreto na Casa.
"Eles são o governo, nós somos a Câmara. Eles só querem discutir o aumento dos salários, nós queremos discutir o Orçamento, as reformas política e tributária, o voto aberto, uma pauta positiva para o Brasil", afirmou o candidato tucano.
Em tom crítico às plataformas de seus adversários, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Aldo Rebelo (PC do B-SP), Fruet disse que após vivenciar "um dos piores períodos da história", a Câmara "não deve só falar para dentro" e tem a chance de se "reaproximar da sociedade".
Ele evitou citar nominalmente os envolvidos no escândalo do mensalão, mas endureceu seu discurso contra o que chamou de "uma minoria de líderes" que permitiu a exposição negativa do Congresso e agora apóiam os candidatos aliados do governo.
"A nossa briga não é contra OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], ABI [Associação Brasileira de Imprensa] ou imprensa (...), mas contra uma minoria cujos líderes apóiam candidatos que disputam a lealdade ao governo e que permitiu a exposição negativa do Congresso."
Ele também criticou a suposta interferência do governo na eleição da Casa por meio de "barganhas para a liberação de emendas", loteamento de cargos na Mesa Diretora e oferta de ministérios a aliados fiéis.
"Isso não é reunião de escoteiros. Estamos diante de um jogo brutalizado." Além do PSDB, Fruet havia recebido o apoio do "Grupo dos 30", que reúne deputados com atuação independente das decisões de seus partidos. Hoje, o PPS deverá oficializar seu apoio.
O PSDB elegeu 66 deputados -dois se desfiliaram-, mas só 51 compareceram à reunião de ontem. A última vez que a sigla entrou na disputa pela presidência foi em 2001, quando elegeu o então deputado Aécio Neves, hoje governador de Minas.

Liderança
A nove dias da eleição, Fruet disse que sua candidatura representa a "recomposição" da bancada tucana. Há duas semanas, o então líder do partido na Casa, Jutahy Júnior (BA), deflagrou uma crise no partido ao anunciar o apoio a Chinaglia em decorrência do critério da proporcionalidade -maior bancada indica o presidente.
Ontem, Jutahy disse que Fruet foi responsável por estabelecer a unidade da bancada. Logo após referendar a candidatura do PSDB, Jutahy transferiu o cargo de líder da bancada para Antonio Carlos Pannunzio (SP). Este disse que procurará o PFL, aliado da candidatura de Aldo. (SILVIO NAVARRO E LETÍCIA SANDER)

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