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Por aclamação, Fruet recebe apoio oficial da bancada do PSDB
Reunião foi marcada após crise interna deflagrada por apoio
dado por Jutahy, então líder da bancada, a Chinaglia (PT)
Segundo Jutahy, Fruet foi o responsável por estabelecer a unidade da bancada; novo líder do partido na Câmara é Antonio Pannunzio (SP)
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A bancada do PSDB decidiu
ontem, por aclamação, apoiar a
candidatura do deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) à presidência da Câmara. Fruet afirmou que, se vencer a eleição,
trabalhará por uma "pauta positiva", que começaria pela
aprovação das reformas política e tributária e pelo fim do voto secreto na Casa.
"Eles são o governo, nós somos a Câmara. Eles só querem
discutir o aumento dos salários,
nós queremos discutir o Orçamento, as reformas política e
tributária, o voto aberto, uma
pauta positiva para o Brasil",
afirmou o candidato tucano.
Em tom crítico às plataformas de seus adversários, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Aldo
Rebelo (PC do B-SP), Fruet disse que após vivenciar "um dos
piores períodos da história", a
Câmara "não deve só falar para
dentro" e tem a chance de se
"reaproximar da sociedade".
Ele evitou citar nominalmente os envolvidos no escândalo do mensalão, mas endureceu seu discurso contra o que
chamou de "uma minoria de líderes" que permitiu a exposição negativa do Congresso e
agora apóiam os candidatos
aliados do governo.
"A nossa briga não é contra
OAB [Ordem dos Advogados do
Brasil], ABI [Associação Brasileira de Imprensa] ou imprensa
(...), mas contra uma minoria
cujos líderes apóiam candidatos que disputam a lealdade ao
governo e que permitiu a exposição negativa do Congresso."
Ele também criticou a suposta interferência do governo na
eleição da Casa por meio de
"barganhas para a liberação de
emendas", loteamento de cargos na Mesa Diretora e oferta
de ministérios a aliados fiéis.
"Isso não é reunião de escoteiros. Estamos diante de um
jogo brutalizado." Além do
PSDB, Fruet havia recebido o
apoio do "Grupo dos 30", que
reúne deputados com atuação
independente das decisões de
seus partidos. Hoje, o PPS deverá oficializar seu apoio.
O PSDB elegeu 66 deputados
-dois se desfiliaram-, mas só
51 compareceram à reunião de
ontem. A última vez que a sigla
entrou na disputa pela presidência foi em 2001, quando elegeu o então deputado Aécio Neves, hoje governador de Minas.
Liderança
A nove dias da eleição, Fruet
disse que sua candidatura representa a "recomposição" da
bancada tucana. Há duas semanas, o então líder do partido na
Casa, Jutahy Júnior (BA), deflagrou uma crise no partido ao
anunciar o apoio a Chinaglia
em decorrência do critério da
proporcionalidade -maior
bancada indica o presidente.
Ontem, Jutahy disse que
Fruet foi responsável por estabelecer a unidade da bancada.
Logo após referendar a candidatura do PSDB, Jutahy transferiu o cargo de líder da bancada para Antonio Carlos Pannunzio (SP). Este disse que
procurará o PFL, aliado da candidatura de Aldo.
(SILVIO NAVARRO E LETÍCIA SANDER)
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