São Paulo, sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

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PAINEL

Pecado original
Ao defender a reeleição de Lula, o petista Padre Roque foi buscar em Adão e Eva uma justificativa para o mensalão: "Oh, pecado feliz o de Delúbio, Dirceu e companhia, porque nos resgatou os nossos princípios!".

Porta do céu
Em entrevista à rádio CBN de Londrina (PR), o petista, secretário do governo de Roberto Requião (PMDB), isentou de culpa o presidente, que, com a expulsão dos "infiéis", estaria fortalecido para obter nova vitória.

Saudades do mensalão
Brincadeira feita em alto e bom som por deputados do PL na inauguração da nova sede do partido em Recife, a poucos metros do banco Rural: "Bem que a gente podia cavar um túnel...".

Parceria retomada
O criminalista José Carlos Dias, ministro da Justiça de FHC, defenderá o ex-presidente na ação movida pelo PT contra o tucano por ter declarado que a ética do partido é roubar.

Fazer o quê?
ACM jantou com José Dirceu quarta no Antiquarius de São Paulo. O senador conta que planejava encontrar apenas o amigo João Carlos Di Gênio, mas o empresário lhe perguntou se poderia trazer o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, e José Dirceu. O pefelista consentiu.

Barriga cheia
Diz ACM que, por "delicadeza", o nome de Lula não foi mencionado à mesa. E como estava o ex-ministro? "Sem a euforia de antigamente, mas bem." Foi o segundo jantar de Dirceu no Antiquarius esta semana.

Contra o feiticeiro
Tarso Genro e Ricardo Berzoini serão chamados pelo Conselho de Ética da Câmara para explicar a assinatura falsa do primeiro na representação do PT contra o pefelista Onyx Lorenzoni. O caso poderá virar processo por falsidade ideológica.

Fora d'água
Do governador Zeca do PT sobre José Fritsch, que criticou seu projeto de moratória da pesca profissional em MS: "O ministro não entende nada de pesca, acho que nunca viu um jacaré nem foi ao Pantanal. Portanto, ele não tem autoridade para discutir".

Caligrafia
Segundo investigação dos serristas, o mentor das faixas espalhadas por São Paulo pedindo a permanência do prefeito tem nome e sobrenome: João Câmara, braço direito dos neo-alckmistas José Anibal e Tião Farias.

Blitz antitabaco
José Serra não deu sossego aos fumantes durante festa de aniversário que reuniu jornalistas e políticos na quarta. Sem a menor cerimônia, saiu apagando todo cigarro que viu pela frente.

Chuchu no samba
Alckmin deve acompanhar uma das noites do Carnaval no sambódromo do Rio. Foi convidado pelo vice tucano Otávio Leite, que assumirá o lugar de César Maia. O mais serrista dos pefelistas estará em Portugal.

Conta alta
Saiu cara a aprovação do último Orçamento de Alckmin. Só em emendas foram R$ 433 mi, além de R$ 35 mi para o TJ e R$ 55 mi para o Legislativo. O governo diz que não haverá prejuízo a seus investimentos.

Puxão de orelhas
O presidente da CPI dos Correios, Delcídio Amaral (PT-MS), cobrou dos auditores da Ernest & Young, que assessora a sub-relatoria de fundos de pensão, o fato de não terem respondido os questionamentos do PT ao relatório sobre o Rural e o BMG.

Visita à Folha
Andrea Matarazzo, secretário municipal de Serviços de São Paulo e sub-prefeito da Sé, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Lu Fernandes, assessora de comunicação.

TIROTEIO

Do prefeito de Aracaju, Marcelo Déda (PT), sobre as críticas dos adversários à campanha antecipada feita por Lula:
-Se o presidente resolver ir à missa no domingo, dirão que ele está fazendo média com o santo para ganhar a eleição.

CONTRAPONTO

Sem fronteiras

Quando presidente do Senado, entre 1991 e 1993, o hoje deputado Mauro Benevides (PMDB-CE) autorizou a viagem de um grupo de parlamentares aos EUA para participar de uma jornada de estudos.
Ao retornar ao Brasil, um parlamentar mineiro deu uma sofisticada caneta como presente ao então senador. Junto do mimo, ele anexou um bilhete:
-Para o senhor usar na posse do governo pernambucano.
Dias depois, Benevides trombou com o mineiro nos corredores e brincou, já antevendo o constrangimento do colega:
-Obrigado, mas o amigo se enganou, eu sou do Ceará.
O homem não se incomodou. Abriu um largo sorriso e disse:
-O que é e isso, meu presidente? Deixe essa modéstia de lado. A política está mudada. Veja o caso do José Sarney, é o maior dos maranhenses, mas só gosta de se eleger pelo Amapá!


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