|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUDICIÁRIO
Juiz vê urgência de reformas
Justiça atrasou 80% das ações em 2004, diz CNJ
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
De cada 10 processos existentes
sobre a mesa de juízes estaduais e
federais em 2004, 8 ficaram sem
solução naquele ano, segundo levantamento estatístico divulgado
ontem pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
O secretário-geral do conselho,
juiz federal Flávio Dino, disse que
esse dado ilustra a urgência da reforma nas leis que disciplinam a
tramitação de processos judiciais,
já em andamento no Congresso.
Ele defendeu que a parte derrotada em uma causa seja obrigada
a pagar para poder recorrer à instância superior, como forma de
desestimular os que entram com
recursos para protelar o cumprimento de uma sentença.
Segundo o juiz, os principais
autores de recursos judiciais são a
União, os Estados, os municípios,
bancos e grandes empresas. Ele
diz que muitas vezes quem recorre deseja obter ganho com a lentidão da Justiça porque a taxa de juros do mercado é maior do que a
correção das causas judiciais.
Na Justiça do Trabalho, o congestionamento de processos em
2004 foi menor que nos outros
dois segmentos: metade das ações
ficou sem solução.
A taxa de congestionamento é
obtida com base na divisão do número de sentenças pela quantidade de casos novos e de causas que
já estavam pendentes.
Apesar do congestionamento
ainda ser elevado, a Justiça Federal teve uma queda brusca do volume de casos novos, de 3.042
ações em 2003 para 997 em 2004.
Na Justiça estadual, a redução
de um ano para outro foi menor:
o número de ações novas caiu de
946 para 915. Somente na Justiça
do Trabalho houve aumento, de
864 para 1.018. Dino atribui a queda ao fim do ciclo de batalhas judiciais motivadas por seis planos
econômicos nos últimos 20 anos.
Texto Anterior: Escândalo do "mensalão"/Investigação: CPI é autorizada pela Justiça americana a analisar conta de Duda Próximo Texto: Igreja: Conselho faz documento de repudio à guerra Índice
|