São Paulo, domingo, 24 de fevereiro de 2008

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TRECHO 1

O deputado Gilberto Gonçalves (PMN) liga para o diretor de recursos humanos da Assembléia, Roberto Menezes, e ameaça "estourar" a Assembléia se não receber sua parte do dinheiro -que, segundo ele, "é dinheiro de roubo, de corrupção". Ele pede para Menezes avisar o presidente da Casa, Antônio Albuquerque (DEM), de sua ameaça.

Gonçalves: Alô?

Menezes: Oi, meu líder.

Gonçalves: Olhe, eu vou dizer um negócio a você. Eu sou tudo na vida; agora, não sou besta. Eu quero meu cento, o meu dinheiro. Diga a Albuquerque. Eu quero o meu dinheiro. Se não eu estouro essa Assembléia. Que eu não tenho medo de neguinho nenhum nem de nenhum filho da peste desse. E eu quero meu dinheiro. Eu quero meu dinheiro certo. Que é dinheiro de roubo, de corrupção. Eu quero meu dinheiro.

Menezes: Ô deputado, você vai ter que procurar o presidente.

Gonçalves: Seu dinheiro, aquela merda que vocês mandaram lá. Eu deixei aquela bosta lá.

Menezes: Hm.

Gonçalves: Entendeu? Eu quero meu dinheiro. E não venha com desconto do INSS, não, porque isso é dinheiro roubado.

Menezes: Mas você vai ter que dizer isso ao presidente, viu, deputado? Não é para mim, não. Porque isso é determinação da Mesa.

Gonçalves: Se quiser que eu diga a ele, eu digo.

Menezes: Então diga.

Gonçalves: Porque esse dinheiro é meu. É melhor você me dar do que sair tudo algemado dessa porra.

Menezes: Eu vou dizer para ele isso que o senhor tá falando.

Gonçalves: Eu quero meu dinheiro. Diga para o pessoal que eu quero o meu dinheiro.

Menezes: O senhor vai ter que dizer pessoalmente a ele, deputado.

Ouça íntegra deste trecho www.folha.com.br/080536

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