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Prefeita petista de Fortaleza procura atrair desafetos do PMDB na corrida pela reeleição
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
A prefeita de Fortaleza (CE),
Luizianne Lins (PT), tenta
atrair antigos desafetos políticos do PMDB ao palanque para
enfraquecer adversários em
sua corrida pela reeleição.
Dentro do próprio PT, diferentemente do que aconteceu
há quatro anos, ela já tem a garantia oficial de apoio.
Mas esse apoio pode ficar
restrito ao discurso. Sentindo-se excluídas na distribuição de
cargos na prefeitura, lideranças
da cúpula do PT que rejeitaram
Luizianne na eleição passada
demonstram não estar dispostas a se esforçar para reelegê-la.
No PMDB, o discurso proferido pelo principal cacique da
sigla no Ceará, o deputado federal Eunício Oliveira, é de que
o partido já recebeu ofertas para ocupar a vice do PDT, de Patrícia Saboya, e do DEM, de
Moroni Torgan, mas que a
"prioridade" é Luizianne.
Nas negociações, entra até
2010: Eunício quer a garantia
de que o PMDB terá um candidato próprio ao Senado daqui a
dois anos, apoiado pelo PT.
"Entramos na coligação para
eleger o Cid Gomes (PSB) ao
governo do Estado, sem pedir
nada. Agora, temos muito claro
no partido que o PMDB é grande e precisa ter espaço em um
cargo majoritário também",
disse o deputado.
Na coalizão que elegeu Cid,
em 2006, o PT ficou com a vice
e o PC do B com a vaga ao Senado, com a eleição de Inácio Arruda.
Apesar de o PT e o PMDB declararem publicamente o interesse de seguirem juntos nas
próximas eleições, as negociações estão paradas. "Queremos,
mas não vamos nos oferecer. Se
o PT quiser mesmo, que nos
procure", afirmou Eunício. A
última conversa dele com a
prefeita foi no Réveillon.
Para o petista Francisco Pinheiro, vice-governador do Estado e um dos principais aliados da prefeita, a demora se explica por desencontros. "Mas
queremos, sim, o PMDB."
Em 2006, Luizianne conseguiu sair candidata com pequena margem na convenção do
PT e fechou coligação só com o
PSB, ainda uma pequena sigla
no Ceará, antes da adesão do
grupo de Ciro Gomes (que era
do PPS). A cúpula do PT manteve o apoio que havia prometido a Inácio Arruda.
Ao vencer, Luizianne construiu seu governo com alianças
de antigos apoiadores do ex-prefeito Juraci Magalhães (ex-PMDB e hoje no PL). Aos poucos, o PC do B também passou a
participar da gestão.
Petistas que não a apoiaram
na eleição passada dizem que
ela, agora, é a prioridade. "Os
prefeitos do partido que podem
se reeleger são sempre prioridade", disse Sônia Braga, uma
das dirigentes do partido.
Muitos deles, porém, dizem
que uma vitória de Luizianne
só valerá por questões simbólicas, para não "parecer" uma
derrota do PT. Sem ter nomes
indicados para participar da
gestão dela agora, esses petistas
devem se distanciar da disputa.
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