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JAIME LERNER
"Sempre defendi que a aliança fosse mantida"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O pefelista e governador do Paraná, Jaime Lerner, 64, defende
que o seu partido mantenha a
aliança com o governo Fernando
Henrique Cardoso, apesar do
anúncio do rompimento e até da
saída dos ministros.
Caso contrário, na opinião de
Lerner, todos os cargos do PFL
nos Estados também devem ser
devolvidos: "Devolver só a fotografia não pode".
Folha - Até onde e quando o PFL
deve apoiar Roseana?
Jaime Lerner - Nós temos um
episódio que, independentemente de toda a solidariedade do partido, precisa ser esclarecido diante
da opinião pública. Se o que aconteceu é justo ou injusto, é preciso
ficar plenamente esclarecido.
Folha - Se Roseana tomar a iniciativa de renunciar, o que, em tese,
seria melhor para o partido: candidatura própria, ficar sem candidato ou fazer aliança com candidaturas já postas?
Lerner - Essa é uma decisão de
partido. Eu sempre defendi que a
aliança [com o governo" fosse
mantida. Não estou falando em
relação ao Serra [senador José
Serra, candidato do PSDB". A governabilidade do governo Fernando Henrique Cardoso interessa a todos os partidos, a todos os
candidatos e a quem quer que venha a ser o presidente.
Folha - Entre Lula, Ciro, Garotinho e Serra, o sr. fica com Serra?
Lerner - Repito: essa é uma decisão do partido. Minha preocupação é com a governabilidade, que
não é apenas as votações no Congresso, o equilíbrio fiscal, é também a governabilidade social.
Folha - Então, qual deve ser a relação do PFL com o governo?
Lerner - Nós demoramos muito
para conquistar a governabilidade, a estabilidade, e o PFL participou intensamente disso. Essa posição de retaliação não é aconselhável. Por que o PFL deve abrir
mão de tudo o que ajudou a construir?
Folha - Se o rompimento for mantido, o que deve ser feito com os
cargos do partido no governo FHC?
Lerner - Se nós casamos, na hora
da separação, ou devolvemos a
aliança, os livros e os discos, ou
mantemos o casamento, a aliança. Só devolver a fotografia não
pode.
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