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Seis dias após violação, CEF encobre suspeitos
MARTA SALOMON
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Caixa Econômica Federal
avalia que já realizou 90% das investigações sobre a quebra do sigilo da conta poupança do caseiro
Francenildo Costa na instituição
ao identificar os dois funcionários
que usam o computador que imprimiu o extrato bancário na noite da quinta-feira passada.
A nota da Caixa sobre a auditoria não fala em crime de quebra de
sigilo bancário e opta por um eufemismo, a "divulgação indevida"
de dados. Não há nenhuma linha
sobre a participação do comando
da estatal no caso. Também não
foram divulgados os nomes dos
responsáveis pela violação.
"Os dois empregados usuários
do equipamento foram convocados a prestar depoimentos, visando a identificação do responsável
pela divulgação indevida de informações", diz a nota, divulgada
pouco depois do meio-dia, em
meio a rumores -negados- de
que o presidente da instituição,
Jorge Mattoso, seria demitido.
A nota tenta defender a credibilidade da instituição dos abalos
políticos ao classificar o episódio
como "ato isolado, que a Caixa
condena". O texto afirma que as
agências do banco continuam
prestando "todos os serviços com
segurança e qualidade". À noite, a
assessoria de imprensa disse que
não foi registrado movimento
anormal de saques nas agências.
De acordo com a assessoria de
imprensa da Caixa, a nota optou
por falar em vazamento de informação em vez de quebra de sigilo
porque os funcionários tinham
acesso ao sistema "Siuso" da Caixa independentemente de autorização judicial e poderiam supostamente estar atendendo a uma
determinação superior ao acessar
a conta de Francenildo. Os eventuais autores de um suposto pedido com motivo ainda ignorado
não foram identificados por ora.
Os nomes dos funcionários
usuários do computador -afastados temporariamente dos postos na sede da Caixa- foram comunicados à Polícia Federal, que
insistia em convocar Mattoso a
prestar esclarecimentos.
Até o esclarecimento do caso, a
CEF mantém em sigilo o nome
dos usuários da máquina identificada pelo código H4A00000, impresso nos extratos repassados à
revista "Época". A assessoria da
Caixa não deixou claro se o sistema da estatal não registrou a identificação do funcionário que acessou o sistema às 20h58 da última
quinta-feira e por que as investigações partiram das informações
constantes do extrato bancário do
caseiro entregue à "Época".
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