São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 2006

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Bolsa-Família vai ficar, afirma Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A sete meses das eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que nenhum de seus próximos sucessores terá "coragem" de mexer nos atuais programas sociais do governo.
Lula defendeu as ações de sua gestão em discurso de improviso, no Planalto, a cerca de 80 integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. O presidente não citou nenhum programa nominalmente, mas sugeriu que o Bolsa-Família será a principal vitrine social da campanha petista do segundo semestre.
"Estamos fazendo R$ 22 bilhões de investimento em programas sociais neste ano. E, se Deus quiser, será uma política tão perene que nenhum governo, daqui a dois ou 30 anos, terá coragem de mudar, só terá que aperfeiçoar e melhorar, porque isso não é dádiva, isso não é assistencialismo."
A fala de Lula teve como foco as classes média e alta da população -a base do Conselhão. "Quem toma café de manhã, almoça e janta todo dia, para esses não tem problema, qualquer outra coisa fora disso é assistencialismo."
Em certo momento do discurso, o presidente lembrou da fase "Lulinha paz e amor", quando não atacava os adversários nem reagia às críticas. "É bobagem ficar achando que o problema é do governo que está, do governo que passou, do governo que vem. E não é, porque nós somos passageiros, os governos são passageiros enquanto governos."

"Brasil não é Haiti"
O clima de campanha não ficou apenas no discurso. Ao final de sua fala, numa atitude inusitada, cumprimentou um a um os integrantes do conselho. Antes, defendeu a economia do país, dizendo que não há como comparar o crescimento do PIB do Brasil com o do Haiti. "Eu acho que a gente entra num processo de desinformação que não ajuda, até na educação política do nosso povo."
Lula defendeu também a estrutura familiar. "Nós ficamos discutindo, aqui, a economia, a cada dia nós colocamos um tema novo, a cada dia nós fazemos uma coisa, tem sempre um culpado, não sei das quantas, e tal. Há uma coisa, no Brasil, que nós precisamos discutir com profundidade, que é o processo de degradação da estrutura familiar neste país."
Em seguida, disse que chegou a pensar em roubar maçãs quando era criança, mas nunca o fez. "Eu não pegava porque eu não queria envergonhar a minha mãe." (EDUARDO SCOLESE e PEDRO DIAS LEITE)

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