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Kassabistas pressionam para Alckmin desistir
DA REPORTAGEM LOCAL
Com anúncio da aliança do
PMDB com o DEM, cresce a
pressão entre kassabistas para
que Geraldo Alckmin desista de
concorrer à prefeitura e se
guarde para a disputa pelo governo do Estado em 2010.
Ontem, em almoço com os
deputados estaduais do PMDB,
o próprio presidente estadual
do partido, Orestes Quércia,
disse confiar nessa hipótese.
"Poderíamos estar numa composição com Alckmin para o governo em 2010", disse.
No almoço, Quércia disse que
Kassab aposta nessa alternativa. Ontem, após reunião com
vereadores, Kassab mandou
um recado a Alckmin. Disse
que, com a adesão do PMDB,
está otimista quanto à manutenção da aliança com PSDB.
"É uma aliança que é ampliada com a vinda do PMDB. E tenho certeza de que democratas,
PSDB e PMDB juntos vão continuar fazendo o melhor para a
cidade", disse ele.
Na reunião com vereadores,
Kassab disse que por "um, dois,
três anos", "enquanto estiver
prefeito, a cidade vai continuar
investindo no metrô". À saída,
afirmou: "É, disse isso mesmo".
No almoço, Quércia foi informado pelos deputados que são
grandes as chances de uma
aliança de Alckmin com o PTB,
hoje desconfortável na base do
governador José Serra.
Um dos coordenadores informais da pré-campanha
Alckmin, o deputado federal
Silvio Torres (PSDB) afirmou
ontem que "nada muda" com o
anúncio da aliança.
"A expectativa é que o PSDB
anuncie até o final do mês o nome de Alckmin para disputar e
vencer", disse.
O ex-governador passou o dia
fora da capital paulista, em visita ao Paraná, onde cumpriu
compromissos partidários.
Apesar do aparente otimismo,
a Folha apurou que Alckmin
sentiu o duro golpe, sobretudo
por acreditar que teve o aval do
Palácio dos Bandeirantes.
No entorno, duas correntes
distintas. Uma, a majoritária,
defende a radicalização da disputa interna no PSDB. A outra
avalia que Alckmin deveria reabrir os canais de comunicação
com Serra e Kassab -ainda
que ele próprio tenha dificultado um acordo ao declarar, no
mês passado, nunca ter visto o
primeiro colocado nas pesquisas abrir mão para o terceiro.
De acordo com a mais recente pesquisa Datafolha sobre a
eleição municipal, Alckmin está tecnicamente empatado
com Marta Suplicy (PT) na liderança. Kassab é o terceiro.
Ontem, foi cancelado encontro para hoje entre Alckmin e
vereadores do PSDB. A idéia de
parte da bancada era pedir que
ele desista. Como parte não
concordava, foi desmarcada.
Alckmistas temiam que se
transformasse num apelo para
que abrisse mão.
Dois diretórios zonais do
PSDB na zona leste, o de José
Bonifácio e Cidade Tiradentes,
vão entregar ao presidente municipal do partido, José Henrique Reis Lobo, um manifesto
pedindo que a manutenção da
aliança com Kassab e que Alckmin seja lançado a governador
em 2010.
Eles vão iniciar um abaixo
assinado entre os militantes.
"A idéia é que o PSDB escute a
base, sobre a manutenção da
aliança para 2008 e para que,
em 2010, Alckmin seja o governador e Serra, o presidente",
diz Dilmário Viana, do diretório José Bonifácio.
(CATIA SEABRA, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E FERNANDO BARROS DE MELLO)
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