|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sem PMDB, PT quer ajuda de Lula para negociar alianças
Após Orestes Quércia anunciar apoio a Kassab, ministra Marta Suplicy diz que decisão de ser candidata não depende do PMDB
Para os petistas, presidente deve articular uma aliança do PSB, PDT e PC do B com a
ex-prefeita; ressentimentos antigos podem minar união
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A direção do PT em São Paulo espera contar com a ajuda direta do Palácio do Planalto para
oferecer à ministra Marta Suplicy (Turismo) um arco de
alianças que lhe dê condições
de concorrer em pé de igualdade com Gilberto Kassab (DEM)
e Geraldo Alckmin (PSDB).
Em Brasília, a ministra afirmou ontem que a sua decisão
de ser candidata não dependerá
do apoio do PMDB. Dizendo
que o apoio peemedebista à sua
possível candidatura "é uma
das importantes opções" entre
"várias opções importantes",
ela ressalvou que petistas continuam conversando com o ex-governador Orestes Quércia.
"Não será esse apoio ou um
não-apoio que terá peso na decisão. Gostaríamos de ir juntos,
mas esse não será o peso decisivo", disse Marta.
Petistas querem o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva empenhado em trazer PSB, PDT e
PC do B, partidos da coalização
governista, até Marta. Os entraves, no entanto, são muitos e dizem respeito à lógica regional e
a ressentimentos antigos.
No PSB, a ex-prefeita da capital paulista e ex-petista Luiza
Erundina é uma voz contrária
ao acordo com o PT. Além disso, anteontem, em sabatina da
Folha, o deputado federal Ciro
Gomes (CE) declarou apoiar a
decisão do PSB e do deputado
federal Márcio França (SP), líder do partido na Câmara.
França é antigo aliado de
Alckmin, pois o PSB integrou o
governo do tucano no Estado
(2001-2006). "Por ordem, o PT
está na frente dos outros, mas
vamos ouvir muito o diretório
paulistano, a direção nacional.
A grande diferença é que antigamente estaríamos no automático para o PT, mas, dessa
vez, podemos apoiar qualquer
um dos três", disse França.
Outro entrave ao PT é o deputado Aldo Rebelo, principal
líder do PC do B no Estado.
Candidato à presidência da Câmara em 2007, ele foi derrotado por Arlindo Chinaglia (PT-SP) e, segundo seus pares, ainda não digeriu o revés.
Aldo é a opção de candidatura própria do chamado "bloquinho", formado por PC do B,
PSB e PDT. "Isso não impede
naturalmente que conversemos com a doutora Marta, com
o doutor Alckmin e com o doutor Kassab", afirmou Aldo.
Fora do leque de partidos
que integram o "bloquinho", o
PT acredita em uma aproximação com o PR, que também integra a base de apoio de Lula e
foi leal a Marta durante sua gestão na capital de São Paulo
(2000-2004). O partido do presidente da Câmara, Antonio
Carlos Rodrigues, já pediu uma
coligação proporcional, algo
que não agrada aos vereadores
próximos da ex-prefeita.
Membros do PR devem se
encontrar com o prefeito Kassab nos próximos dias. Mas o
partido não descarta continuar
as conversas com o PT. "Eles
perderam uma noiva agora",
brinca Rodrigues, em referência ao PMDB. "Já havíamos
apresentado ao PT nossas
idéias e não tivemos resposta.
Queremos ser aliados de primeira hora", acrescentou.
Colaborou FERNANDO BARROS DE MELLO ,
da Redação
Texto Anterior: Kassabistas pressionam para Alckmin desistir Próximo Texto: Acordo em SP ajuda Serra a minar aproximação entre Aécio e PMDB Índice
|