São Paulo, sexta-feira, 24 de abril de 2009

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Otimismo, pessimismo

Na manchete otimista da Reuters Brasil ao longo do dia, "Concessão de crédito cresce pela primeira vez no ano". Destaque também no Valor Online, "Estoque de crédito dos bancos públicos dobra", segundo o jornal, "cumprindo ordem do governo". Nos textos, de outro lado, "mas a inadimplência voltou a subir".
Na manchete da Folha Online e depois do mesmo Valor Online, reforçando o pessimismo, "Devolução de cheque é a maior em 18 anos". Melhor dizendo, "borrachudo atinge pico histórico".

SEM ESPERANÇA
Na manchete do "Valor" de papel para entrevista com o presidente do FMI, "Crise ameaça os bancos da AL, diz Strauss-Kahn". Seu aviso: "Se desaceleração continuar, até bancos da América Latina vão carregar ativos tóxicos".
Mas o mesmo "Valor" traduziu texto do "Financial Times" questionando "o que acontece com o FMI?", que "se nega a lançar luz de esperança sobre o mundo".

ESTÍMULO, ESTÍMULO
Já o "Washington Post" deu que o "Banco Mundial lança programa de estímulo para países em desenvolvimento", quase "dobrando seu financiamento para estradas, pontes e infraestrutura da América Latina", Brasil inclusive, "ao Leste Europeu".
Envolve US$ 55 bilhões e visa a manter empregos e investimentos que o setor privado havia previsto e deixou para trás, na crise.

O PIOR CONTINUA
Jon Berkeley/economist.com
Com a pergunta "Um vislumbre de esperança?" e ilustração, a nova "Economist" aborda "os perigos do otimismo". Em suma, "a pior coisa para a economia global seria presumir que o pior acabou". O alvo assumido de seu alerta é a reunião de ministros de finanças e presidentes de bancos centrais, no FMI e Banco Mundial.
Dias antes, a "Vanity Fair" explicou "Por que "Time" e "Newsweek" nunca serão "The Economist'". Para começar, "elas não entendem o que é a "Economist'", com seus "fatos essenciais" e interpretação "significativa", sobretudo para "a turma do dinheiro".

"MY HOUSE, MY LIFE"
O correspondente da "Time" foi até Guarulhos, São Paulo, para relatar longamente "O programa de estímulo do Brasil, com um teto (e quatro paredes)", o Minha Casa, Minha Vida. Ontem também, na manchete do jornal "Agora", "José Serra se recusa a aderir ao pacote da casa com desconto de Lula".

GIGANTE SINGULAR
Já o correspondente da "Newsweek" publicou que "Lula está construindo um gigante regional singular", único, e "nenhum governo foi tão determinado como o de Lula em estender o alcance internacional do Brasil".

HORA DO BRASIL
Em seu editorial sobre a Cúpula, a "Economist" saúda "Um novo começo nas Américas", nota que "Obama balançou a cenoura para Cuba e Venezuela" e ressalta que é "hora de Brasil e outros mostrarem o porrete" (stick). "É esperança vã, mas seria bom se o Brasil agora denunciasse quem se oculta no antiamericanismo como pretexto para seu autoritarismo".

"RACIALISMO"
Sobre a Cúpula, a "National Review", porta-voz da direita nos EUA, atacou Obama pela "identificação racialista" com Chávez e Lula. Cobrou que "transcenda raça".

"DAMA DE FERRO"
O francês "Le Monde" publicou ontem um longo perfil-apresentação de Dilma Rousseff, "A dama de ferro, os pés no barro", escrito por Jean-Pierre Langellier e que a BBC Brasil espalhou pelos sites daqui.
Sua eleição seria um "acontecimento duplamente simbólico e lisonjeiro para a democracia brasileira", porque "Dilma representa um mulher pela primeira vez presidente, oito anos depois da eleição de um operário". Seu "defeito" seria nunca ter participado de uma eleição, o que ela contorna com "os pés no barro", em esforço para se tornar conhecida no país.

PODER À MOSTRA
chinadaily.com.cn
Na legenda original, "navios chineses participam de parada nas águas de Qingdao"
Na manchete do estatal "China Daily" ao longo do dia, a celebração dos 60 anos da Marinha do Exército Popular de Libertação, com a presença de "frota internacional" de navios de EUA, Rússia, Índia, França, Coréia do Sul, Brasil, segundo despacho da AP.
Pela delegação estrangeira, falou o almirante Júlio Soares de Moura Neto, comandante da Marinha brasileira, que "parabenizou Hu Jintao pelo encontro e expressou sua apreciação pelo esforço de construir um oceano harmonioso". Em outra reportagem do "China Daily", elogiou a Marinha chinesa pela "transparência tão surpreendente quanto a sua modernização".
Por outro lado, o enunciado da americana AP foi "China põe à mostra seu poder naval".


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