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POLÍTICA SOCIAL
Municípios receberão R$ 6 a cada novo dado; expectativa é melhorar controle do benefício e evitar irregularidades
Governo pagará por cadastro do Bolsa-Família
ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O termo de adesão dos municípios ao programa Bolsa-Família,
que garantirá o recadastramento
dos beneficiados, foi publicado
ontem no "Diário Oficial" da
União. Os administradores municipais terão 120 dias para assiná-lo. Em troca, receberão R$ 6 por
cada cadastro atualizado.
A estratégia foi criada pelo governo para tentar melhorar o controle sobre a concessão de benefícios e tornar mais claras as obrigações do governo federal e aquilo que será tarefa do município.
No cadastro atual, o Ministério
do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome consegue identificar benefícios suspeitos, mas o
processo de conferência é demorado e depende do município.
Entre os dados que precisariam
ser investigados estão os 8.000
responsáveis legais com mais de
cem anos, ou os 200 mil casos em
que a renda informada pela família não condiz com a do cadastro
do Rais (Relação Anual de Informações Sociais) -números repassados pelos empregadores.
O ministério achou suspeitas de
irregularidade ao fazer o cruzamento do atual cadastro com os
dados do Rais. A cópia desta comparação, com a relação das informações que faltam de cada beneficiado, foi enviada aos prefeitos.
Para atualizar ou incluir cada
cadastro, municípios receberão
R$ 6. O valor deve ajudar as prefeituras a estruturar um sistema
de checagem das informações.
Nas próximas semanas, o governo irá publicar portarias estabelecendo as regras de como será
feito o repasse de dinheiro. Os recursos em 2005 para repasse são
de R$ 100 milhões.
Segundo Rosani Cunha, secretária-geral do Bolsa-Família, para
receber o benefício -que pode
chegar a R$ 95-, a família precisará de pelo menos um integrante
com CPF ou título de eleitor, documentos que facilitam os testes
de consistência das informações.
Quem ainda recebe o Bolsa-Escola terá de ser recadastrado ou
perderá o repasse a partir de outubro. "As famílias precisam se
sentir responsáveis em atualizar
seus dados", disse Rosani.
O município terá como obrigação indicar um gestor local pelo
programa e terá de constituir uma
instância de controle social, com
representantes da sociedade civil.
A partir da adesão, os municípios terão o direito de receber
20% do total estimado de seus benefícios. Os novos repasses, segundo os cadastros apresentados,
devem ocorrer a cada dois meses.
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