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Câmara deve
suspender
investigação
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara deve suspender
as investigações contra deputados acusados de integrar
o esquema de vendas de ambulâncias superfaturadas a
prefeituras. A idéia é enviar a
documentação para a Procuradoria Geral da República,
que já analisa o caso.
O argumento é que a Corregedoria da Câmara, que investigava 16 deputados, não
tem estrutura para cumprir a
tarefa. O número de investigados deveria subir para cerca de 30 nos próximos dias.
De acordo com o primeiro
secretário da Câmara, Inocêncio Oliveira (PL-PE), a
decisão já está tomada.
"Com isso, tiramos a delegacia de polícia daqui e estabelecemos uma certa tranqüilidade. A Casa está insegura porque muitos estão
sendo citados, muitos deles
inocentes", afirmou.
O presidente da Câmara,
Aldo Rebelo (PC do B-SP),
não se pronunciou. Assessores dele afirmaram que é
"provável" que as investigações saiam da Corregedoria.
O corregedor, Ciro Nogueira (PP-PI), disse que não
trabalhará nem contra nem a
favor da idéia. "Faço o meu
trabalho, mas se a Mesa
achar que tem que mandar
para a Procuradoria, não vejo
problema nenhum. Não me
sinto feliz investigando colega, aparecendo em cima do
nome de deputado."
Os casos só não seriam enviados diretamente à Procuradoria caso vingasse a intenção de instalação de uma
CPI para investigar o escândalo. Se isso ocorresse -até a
noite de ontem não havia definição sobre o assunto-, a
Câmara usaria o argumento
de que o foro adequado para
a investigação seria a CPI.
Como se trata de ano eleitoral, entretanto, é pouco
provável que a comissão vá
funcionar, caso seja criada.
A estratégia atende a uma
enorme pressão de deputados acusados e representa
uma sobrevida para aqueles
contra os quais há fortes indícios de participação nas
fraudes. Isso porque os processos de cassação só serão
iniciados pelo Conselho de
Ética da Casa após análise da
Corregedoria.
Ou seja, a Corregedoria
-passo anterior ao Conselho
de Ética- só seria acionada
novamente após a Procuradoria concluir suas investigações e definir contra quais
deputados pediria a abertura
de processo judicial.
O esquema dos sanguessugas, de acordo com investigação da Polícia Federal, consiste na venda de ambulâncias superfaturadas a prefeituras. Elas adquiririam os
veículos da Planam, apontada como cabeça da fraude. Os
recursos viriam de emendas
no Orçamento da União.
Ontem, a Corregedoria
anunciou que finalizaria hoje
a nova lista de deputados que
deveriam ser investigados.
Entre eles, estariam os integrantes da Mesa Diretora
Nilton Capixaba (PTB-RO),
2º secretário, e João Caldas
(PL-AL), 4º secretário.
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