São Paulo, quinta-feira, 24 de maio de 2007

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"Tudo no inquérito da PF é colocado como propina", queixa-se advogada de Zuleido

Alan Marques/Folha Imagem
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DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A advogada Sônia Rao, responsável pela defesa de Zuleido Veras e de funcionários da Gautama, afirmou à Folha que há, no inquérito da Polícia Federal, palavras cujo sentido é interpretado como propina, mas que estão longe disso.
"Tudo é colocado como propina. Descobri que "quantitativo", por exemplo, é um termo técnico usado por engenheiros para definir quantidade de materiais, mas lá é interpretado como propina", queixou-se.
Num trecho do relatório em que a PF descreve o que seriam fraudes em licitação no Maranhão está escrito: "Zuleido diz que, se tem quantitativo (dinheiro) sobrando, era para fazer uma medição qualquer e depois recuperava na frente". Em outra passagem, "xerox" é, diz ela, interpretado equivocadamente como propina.
A advogada disse que vai fazer uma petição à Justiça pedindo o desbloqueio das contas da Gautama, "sob a pena de 3.000 funcionários passarem fome". Rao disse ver "uma coisa estranha" na apuração: "Vamos supor que tenha havido corrupção, não é mais grave a conduta de quem tem cargo público"? Questionada sobre o relacionamento entre Zuleido e políticos, disse desconhecer, mas que imagina "que ele conheça quase todo mundo" e que esse "contato é lícito."
Segundo Rao, não há erro no fato de a empresa ter feito pontes no Maranhão que ligam nada a lugar nenhum. "Ganharam a concorrência para fazer as pontes, mas não a estrada que levaria até elas." (FÁBIO VICTOR)


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