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"Tudo no inquérito da PF é colocado como propina", queixa-se advogada de Zuleido
Alan Marques/Folha Imagem
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Sobrinho de Jackson Lago, Alexandre de Moura segue para depor |
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A advogada Sônia Rao, responsável pela defesa de Zuleido
Veras e de funcionários da Gautama, afirmou à Folha que há,
no inquérito da Polícia Federal,
palavras cujo sentido é interpretado como propina, mas
que estão longe disso.
"Tudo é colocado como propina. Descobri que "quantitativo", por exemplo, é um termo
técnico usado por engenheiros
para definir quantidade de materiais, mas lá é interpretado
como propina", queixou-se.
Num trecho do relatório em
que a PF descreve o que seriam
fraudes em licitação no Maranhão está escrito: "Zuleido diz
que, se tem quantitativo (dinheiro) sobrando, era para fazer uma medição qualquer e
depois recuperava na frente".
Em outra passagem, "xerox" é,
diz ela, interpretado equivocadamente como propina.
A advogada disse que vai fazer uma petição à Justiça pedindo o desbloqueio das contas
da Gautama, "sob a pena de
3.000 funcionários passarem
fome". Rao disse ver "uma coisa estranha" na apuração: "Vamos supor que tenha havido
corrupção, não é mais grave a
conduta de quem tem cargo
público"? Questionada sobre o
relacionamento entre Zuleido
e políticos, disse desconhecer,
mas que imagina "que ele conheça quase todo mundo" e
que esse "contato é lícito."
Segundo Rao, não há erro no
fato de a empresa ter feito pontes no Maranhão que ligam nada a lugar nenhum. "Ganharam
a concorrência para fazer as
pontes, mas não a estrada que
levaria até elas."
(FÁBIO VICTOR)
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