São Paulo, quinta-feira, 24 de maio de 2007

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Minas e Energia deverá ter outro afilhado de Sarney

Lula estuda nomear Márcio Zimmermann, secretário na pasta que tem apoio de Dilma

Sarney e Renan decidiram patrocinar a indicação de um técnico para manter o ministério com a bancada do PMDB no Senado

KENNEDY ALENCAR
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá nomear Márcio Zimmermann para titular do Ministério de Minas e Energia. Ele é o atual secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético da pasta. Foi apadrinhado pelo senadores peemedebistas José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL). Conta ainda com a simpatia da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), algo fundamental.
Segundo a Folha apurou, Sarney e Renan decidiram patrocinar a indicação de um técnico para manter a pasta sob a influência da bancada do PMDB no Senado, da qual os dois são expoentes. Ontem, ambos deram aval a Zimmermann em conversa com Lula. Com a saída de Silas Rondeau, investigado pela Polícia Federal na Operação Navalha, Sarney e Renan se articularam rapidamente. Avaliaram que a eventual permanência de Nelson Hubner, número dois da pasta, seria uma vitória do PT. Hubner é petista.
Por isso, levaram o nome a Lula, que disse que adotaria procedimentos de praxe, como checagem do currículo pelos serviços de informação do Palácio do Planalto. A nomeação deverá acontecer em breve, pois Dilma gosta de Zimmermann, um quadro de longa carreira na pasta. Sua indicação agrada ao mercado, que espera que projetos do setor elétrico tenham continuidade.
Senadores do PMDB passaram o dia ontem em articulações políticas para colocar Zimmermann em sua cota no Ministério de Minas e Energia. Após a demissão de Rondeau, chegaram a ser cotados para o cargo o ex-presidente da Eletronorte Antônio Muniz Lopes e Astrogildo Quental, atual diretor dessa estatal. Ambos são ligados a Sarney. Ontem, porém, senadores do partido afirmavam que Muniz não ocupará a pasta porque já havia sido indicado para a presidência da Eletrobrás e não fora aceito. "Não vai ser nenhum dos dois. Esses nomes foram colocados só para queimá-los", disse a líder do governo no Congresso, senadora Roseana Sarney (PMDB-MA).
O presidente do PMDB, Michel Temer (SP), telefonou para Renan anteontem para dizer que a bancada da Câmara não pleitearia o posto. "O presidente vai deixar esse cargo para o PMDB, e proximamente o partido indicará um nome se assim for convocado pelo presidente. Essa indicação é feita pelos companheiros do Senado", disse Temer. A bancada do PMDB no Senado temia perder o cargo para o PT, que já ocupa a secretaria-executiva da pasta. A líder do PT, Ideli Salvatti (SC), disse que o partido não quer a pasta.


Colaborou HUMBERTO MEDINA, da Sucursal de Brasília


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