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Toda Mídia
Nelson de Sá
Cassetete, gás, molotov
Começou na internet, que desistiu do PMDB nas
manchetes e passou ao "choque entre manifestantes e
polícia", no G1, da Globo, e Terra, Folha Online, iG.
Não demorou e o "Brasil Urgente" entrava ao vivo,
com Luiz Datena dizendo que "são trabalhadores que
têm que ser respeitados, mas têm que manter calma".
Daí ao "SPTV" -e César Tralli abrindo com "um dia
de protestos pára o trânsito", "professores fecham as
duas pistas da avenida Paulista e", por fim, "entram
em confronto com policiais". Na locução das imagens,
"golpes de cassetete" etc. Nas entrevistas, nada dos
professores, só três pessoas reclamando do trânsito.
Depois, foi a manchete do "Jornal da Record", "Dia
de protesto em todo o país: em São Paulo, professores
e estudantes tentam invadir a Assembléia; no Pará,
trabalhadores rurais ocupam Tucuruí". No "Jornal
Nacional", por fim, apesar das cenas dos confrontos,
até mesmo com coquetel molotov, nada da manchete.
APOIO DA MALÁSIA
Em segundo plano no dia,
os estudantes na reitoria da
USP colecionaram apoios em
seu blog, dos professores em
greve a mensagens socialistas
até da Malásia. E a cobertura
avançou pelas agências Efe,
Ansa e, claro, Prensa Latina.
GREVE QUE DIVIDE
A greve dos professores da
USP entrou na escalada do
"Jornal da Band". Mas para a
Globo, no regional "SPTV", "a
paralisação é parcial e divide
ainda mais a universidade".
Ouviram-se dois professores
que questionaram a decisão.
PMDB NÃO, CPI
Com notícias como "Governo decide que quem fica com
o ministério é o PMDB", à tarde na Globo, e "Ministério
fica com o PMDB do Senado, diz Temer", no portal UOL e
outros, a cobertura da Operação Navalha esfriou, ontem.
No esforço de manter a primeira manchete, o "JN"
abriu apostando na "mudança de clima" no Congresso,
que deu maior esperança de se criar uma CPI da Navalha.
NOVA ARQUITETURA GLOBAL
Um dia depois do "Wall Street Journal", ontem foi o
"New York Times" que tratou
longamente da necessidade de
um nova "arquitetura global",
quer dizer, mudanças no FMI,
Banco Mundial, OMC. A idéia,
também no "WSJ", é que as
organizações do pós-guerra,
em crise (ilustração à dir.) e
atacadas no texto pelos ex-secretários Robert Rubin e
George Shultz, devem abrir espaço às novas "potências".
O "Financial Times" segue outra linha e pressiona para
o presidente do Banco Mundial não ser mais americano.
Ontem, usou para tanto a cobrança pública feita nesse
sentido pelo representante brasileiro, Otaviano Canuto.
nytimes.com
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TOYOTA E O ETANOL
Nem Navalha nem confrontos. O destaque na busca de notícias do Brasil no exterior, ao longo do dia, foi a decisão da maior montadora do
mundo, a japonesa Toyota, de
produzir carros "flex", com
etanol e gasolina, com reflexo
global. É notícia de repercussão desde segunda, quando
saiu no japonês "The Nikkei".
CUBA E O ETANOL
Fidel Castro voltou a escrever contra o etanol, ontem no
"Granma". Mas contrastou
com um despacho da agência
Associated Press, de que "Cuba está modernizando, sem
barulho, seus equipamento de
produção de etanol". Atualiza
11 de suas 17 refinarias, segundo Conrado Moreno, da Academia de Ciências de Cuba.
BEN-HUR
No alto da primeira página e
com vídeo em seu site (esq.),
o "WSJ" destacou "os novos
Ben-Hurs", não sem ironia.
O enviado a São Simão (SP)
retratou Luiz Alves Oliveira,
um "fazendeiro de cana cujo
plano épico é resgatar a glória
das corridas de carruagens"
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@ - Nelson de Sá
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