|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PRIVATIZAÇÃO
Procurador quer saber se Bradesco foi comprador indireto; banco estava impedido de participar do leilão
Venda da Vale pode sofrer investigação
da Sucursal do Rio
O procurador da República
Newton Penna requereu à Justiça
Federal que investigue a suposta
participação do Bradesco, como
comprador indireto, no processo
de privatização da Companhia Vale do Rio Doce.
Segundo parecer encaminhado à
9ª Vara Federal, se ficar comprovada a atuação do banco na compra da Vale, a privatização "terá
de ser anulada, sob pena de desmoralização do princípio (...) da
moralidade administrativa".
O Bradesco participou, como
consultor, da preparação da venda
da empresa, e, por isso, estava
proibido de comprar ações no leilão de privatização. O suposto
conflito de interesses foi apontado
em ação popular ajuizada pelo
presidente da ABI (Associação
Brasileira de Imprensa), Barbosa
Lima Sobrinho.
A operação que Penna quer esclarecer envolve a compra, pelo
Bradesco, de R$ 600 milhões em
debêntures da Valetron e Belapar,
controladas do banco Opportunity. De acordo com reportagens
citadas no processo, as duas empresas, por meio do Sweet River
Fund, repassaram o dinheiro para
uma empresa sob seu controle, a
Eletron, que "repassou os mesmos R$ 600 milhões à nova CVRD
(leilão de privatização)".
"Pelas mesmas fontes de informação, as debêntures adquiridas
pelo Bradesco seriam conversíveis
em ações da referida Eletron S/A.",
afirma o procurador, no parecer
que enviou à juíza Valéria Medeiros de Albuquerque, da 9ª Vara Federal.
Penna requereu que a Justiça peça ao Bradesco, ao Opportunity, à
Eletron e ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) cópias de documentos
e certidões que ajudem a comprovar que a operação existiu e a esclarecer como ela foi feita.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|