São Paulo, domingo, 24 de junho de 2001

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PAINEL

Data marcada
FHC espera definir em setembro o candidato governista para a sua sucessão. Se, apesar da crise energética, o governo estiver com uma popularidade razoável, José Serra (Saúde) deverá mesmo disputar a eleição.

Banho de loja
Num cenário de baixa popularidade do governo, FHC considera que será melhor escolher um candidato com a "imagem limpa", que não seja tão identificado com o Planalto. Tasso Jereissati (CE) e Geraldo Alckmin (SP) são as melhores opções.

Candidato do apagão
No pior cenário, o de crise aguda, Paulo Renato (Educação) pode ser o escolhido para defender FHC. O ministro já disse que aceita concorrer em qualquer situação. Iniciante na política, não tem nada a perder. Uma eleição para presidente engrandeceria seu currículo.

De volta para o futuro
Placa do automóvel de Wilma Motta, viúva do ministro Sérgio Motta, o Serjão: FHC 2002.

Terror no Senado
Líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros compara as denúncias contra Jader Barbalho a um filme de terror: "O caso Banpará é como a série "Sexta-Feira 13". Já foi reaberto e arquivado sete vezes, mas sempre aparece em uma refilmagem".

Prestígio político
FHC estará amanhã em Capão Bonito, no interior de SP. Na semana passada, o PSDB local não conseguiu aprovar na Câmara um projeto que concedia um título da cidade para o presidente. Tentará de novo após a visita.

Solução caseira
Caso Anthony Garotinho (PSB) dispute realmente a sucessão de FHC, a primeira-dama do Rio, Rosângela Matheus, a Rosinha, pode candidatar-se ao governo do Estado. Já tem até abaixo-assinado sendo preparado por aliados do governador.

Sinal de alerta
Técnicos do setor elétrico pressionam o governo a adotar um feriado por mês para enfrentar a crise. Os últimos dados sobre o racionamento mostram que ainda há risco de apagão, principalmente no Nordeste.

Queda-de-braço
A indústria e o comércio são contrários à proposta de adoção do feriado antiapagão e ameaçam até recorrer à Justiça na tentativa de impedir a medida.

Soldadinhos de FHC
A nova campanha publicitária do racionamento, que entra no ar em julho, vai mostrar casos de famílias, empresas e indústrias que conseguiram economizar energia. Com a participação de crianças que fiscalizam o consumo de eletricidade em casa.

Made in Brasília
A lista telefônica distribuída na semana passada em Brasília tem mais de cem páginas com telefones e endereços de Miami. Tudo, obviamente, em inglês.

Promessas em vão
A cúpula do PSDB tenta manter Eduardo Azeredo no partido. O ex-governador de Minas ouviu promessas de tucanos de suporte a seu nome para a sucessão mineira. Mas ele tende a se transferir para o PTB e a apoiar Ciro Gomes (PPS), de quem pode ser o vice.

Tucano de bombacha
O PSDB negocia a filiação de dissidentes do PMDB gaúcho. O ex-governador Antonio Brito já foi convidado a disputar a sucessão de Olívio Brito (PT) pelo partido tucano. O senador José Fogaça também está na mira.

Democracia interna
Candidato a presidente do PT paulista, Francisco Campos propôs que o partido use os comerciais de TV do segundo semestre para fazer o debate entre as tendências que vão disputar as eleições internas. A articulação, que comanda a sigla, resiste.

TIROTEIO

Da governadora Roseana Sarney (PFL), sobre a entrada do Maranhão no racionamento de energia, prevista para julho:
- Só aceitei entrar no racionamento para ajudar o Nordeste, mas não estou nada satisfeita. A economia de energia vai trazer desemprego e reduzir a arrecadação de impostos no meu Estado.

CONTRAPONTO

Dor de cabeça

Na montagem da aliança que elegeu FHC em 1994, o cargo de vice-presidente fora reservado ao senador Guilherme Palmeira (PFL). Denúncias contra um assessor de Palmeira, no entanto, abriram caminho para a escolha de um novo nome. Marco Maciel passou a ser um dos cotados.
Ana Maria, mulher do então senador, opunha-se à escolha de Maciel. Pressionava o marido com o argumento de que ele já passara muito tempo longe de casa no ano anterior, quando coordenara a campanha presidencialista no plebiscito.
Mesmo assim, Maciel foi a São Paulo reunir-se com a cúpula do partido. Ao voltar para casa, no Recife, às 2h da manhã, Ana Maria acordou e perguntou:
-Você não aceitou, não é?
Maciel sorriu amarelo e disse que seria o candidato a vice. Resignada, sua mulher não deu uma só palavra. Virou de lado e voltou a dormir.



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