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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Adversários criticam proposta do para manter pilares da economia atual durante fase de transição
Garotinho e Ciro atacam "carta" de Lula
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Os presidenciáveis Anthony Garotinho (PSB) e Ciro Gomes
(PPS) criticaram ontem Luiz Inácio Lula da Silva, pelas posições
defendidas pelo candidato do PT
em relação à economia do país em
pronunciamento no sábado.
No Rio, Garotinho declarou que
as propostas do PT para a economia representam a manutenção
do modelo defendido pelo atual
governo. Ciro, em Fortaleza, também atacou a "Carta ao Povo Brasileiro", lida por Lula anteontem.
O candidato do PSB comparou
seu adversário ao ex-presidente
da Argentina Fernando de la Rúa.
Para Garotinho, Lula, como De la
Rúa, não quer ruptura ao modelo
atual: "Se é para manter a mesma
coisa, fico com o original".
Na visão de Garotinho, Lula e
De la Rúa não conseguiram identificar que o principal problema
do Brasil e da Argentina é a concentração excessiva de capital na
especulação financeira. "O Lula
diz que os bancos não precisam se
preocupar com ele. Pois comigo
os bancos vão ter que se preocupar muito, porque ganharam dinheiro explorando o povo", disse.
De la Rúa, eleito em 1999, manteve o modelo de paridade entre o
peso argentino e o dólar que havia
sido implantado por seu antecessor, o peronista Carlos Menem.
Renunciou em 2001, quando o
país, inadimplente, suspendeu o
pagamento da dívida externa.
As críticas de Garotinho se referem ao compromisso de Lula, de
manter, em fase de transição, os
pilares da atual política econômica: as metas de inflação, o câmbio
flutuante, o superávit primário de
3,75% do PIB e o aperto fiscal.
Garotinho fez suas declarações
no lançamento do ex-prefeito do
Rio Luiz Paulo Conde como candidato a vice na chapa de sua mulher, Rosinha Matheus, que concorre pelo PSB ao governo do Rio.
Críticas de Ciro
Na convenção da Frente Trabalhista no Ceará, Ciro Gomes declarou que Lula fez "homenagens
à agressão internacional" que o
Brasil vem sofrendo, na carta em
que diz que, no Planalto, manterá
os compromissos firmados na
atual gestão. "É uma inerência do
Estado de Direito democrático o
respeito às leis e aos contratos.
Não precisa ficar fazendo homenagens a essa agressão", disse.
"O Brasil está sendo vítima de
um ataque, um ataque internacional, e um estadista tem de saber
bastante bem como proteger a
sua gente, e proteger a sua gente
não é assumir compromissos espúrios ou retóricos com especuladores internacionais."
Ciro disse achar "lamentável"
que o petista, "com a importância
e a liderança que tem no país, tenha engolido a isca e se rendido a
essa idéia de que palavras falsas
vão subverter a interdição que ele
sofre por setores da burguesia financeira internacional".
Além dos ataques a Lula, Ciro
acusou o candidato do PSDB à
Presidência, José Serra, de estar
por trás de esquema de dossiês e
grampos telefônicos contra os
candidatos de oposição ao governo -como no caso das acusações
contra o PT e o suposto esquema
de propinas em Santo André.
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